O ministério das Finanças revela hoje, num esclarecimento enviado à Lusa, que Vítor Gaspar já tinha anunciado que o Governo ia pedir apoio técnico ao FMI para cortes na despesa.
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«O Governo tomou a iniciativa de procurar apoio e conhecimento técnico nesta matéria, recorrendo ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, organizações que têm um profundo conhecimento e experiência no aprofundamento do corte da despesa», refere o ministério das Finanças, no esclarecimento enviado à Lusa.
O pedido, sublinha o Governo, foi feita na sequência da necessidade de aprofundar os cortes na despesa em quatro mil milhões de euros e anunciado pelo ministro Vítor Gaspar na conferência de imprensa realizada a 3 de outubro, esclarece a nota.
Neste dia, 3 de outubro, o ministro das Finanças anunciou aos portugueses as medidas que iriam compensar o recuo nas alterações à Taxa Social Única (TSU).
O esclarecimento lembra que Vítor Gaspar anunciou, na mesma conferência, que os cortes na despesa serão «identificados num contexto duma avaliação global do conjunto das funções do Estado e das Administrações Públicas» e que esse exercício «beneficiará do apoio de organizações internacionais».
O apoio técnico pedido às organizações internacionais «é um exercício autónomo ao programa de assistência económica e financeira (PAEF) a que Portugal está sujeito», garante o ministério.
Ainda segundo o esclarecimento, os contornos deste apoio foram «acordados no decorrer das reuniões anuais do FMI e Banco Mundial, que decorreram a 12 e 13 de outubro em Tóquio», sendo que, segundo adiantou um membro do Governo à agência Lusa, as reuniões entre o Governo e os técnicos do FMI começaram há uma semana.
Este esclarecimento do Governo surge na sequência das declarações do antigo do líder do PSD, Luís Marques Mendes, que a noite passada no programa "Política Mesmo", na TVI 24, anunciou que o executivo já está a preparar a reforma do Estado com técnicos do FMI, que já estão em Portugal.