Governo e PS não chegaram a acordo sobre as questões europeias a levar ao Conselho Europeu da próxima semana, informou fonte do Executivo PSD-CDS/PP.
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Em comunicado, fonte do Governo disse que, «apesar de todos os esforços de conciliação feitos pelo Governo para se obter um consenso político alargado em torno das grandes questões europeias, não foi possível chegar a um acordo com o Partido Socialista».
A mesma fonte lamenta que o PS «não se tenha associado a um texto ambicioso, quer no que toca à Iniciativa Europeia para o Crescimento e Emprego, quer para a estabilização financeira com o projeto da união bancária, quer ainda no aperfeiçoamento institucional da União Europeia».
A nota critica a «insistência» do PS em «incluir propostas e abordagens que estão fora do consenso europeu mais básico», bem como a sua «intransigência» na «inclusão de reivindicações que não estão em cima da mesa na Europa».
Em comunicado, o PS declara que «não compreende que o Governo esteja mais interessado em não desalinhar da senhora Merkel [chanceler alemã] do que em defender o interesse nacional», lembrando que apresentou várias propostas e tomou a iniciativa da «defesa do ato adicional ao tratado fiscal».
O Partido Socialista realça que defende «um papel mais ativo do Banco Central Europeu no financiamento dos Estados, ainda que no âmbito das suas competências», recordando que não aceita «tratamentos diferentes para os Estados-membros da União Europeia».
A nota acrescenta que «as mudanças do Governo e a sua aproximação às posições do PS não são suficientes para um combate eficaz e sustentável à crise económica e social» que Portugal e a Europa atravessam.
Esta sexta-feira, em declarações aos jornalistas, o líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, declarou que «o Governo não evoluiu em alguns pontos essenciais», nomeadamente quanto «ao roteiro para que se chegar a prazo à criação de euro-obrigações» e quanto ao papel do Banco Central Europeu (BCE).
Carlos Zorrinho defendeu que «o reforço do papel do BCE é a chave sistémica para a Europa».