Coimbra já estará fora das hipóteses para receber um possível aeroporto na região Centro.
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O Governo está a estudar a possibilidade de criar um aeroporto destinado à aviação civil na base aérea militar n.º 5 de Monte Real, em Leiria. A notícia foi avançada pelo Jornal de Negócios e já foi confirmada à TSF pelo ministério das Infraestruturas, liderado por Pedro Nuno Santos.
A publicação adianta que esta hipótese estará dependente da existência de financiamento privado para o projeto e surge num momento em que se fala cada vez mais da necessidade de um aeroporto civil na região centro do país.
Leiria e Coimbra já se mostraram disponíveis e com vontade de acolher a infraestrutura, mas o jornal explica que o Governo já colocou de parte a hipótese de a instalar na cidade do Mondego.
Na semana passada, uma delegação da CIM Região de Coimbra reuniu-se, em Lisboa, com representantes do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, "para discutir a temática do aeroporto na região Centro" e reiterar "a necessidade" de uma infraestrutura deste tipo na zona, afirmava a CIM numa nota enviada à agência Lusa.
Durante a reunião, "os representantes do Governo registaram as necessidades, apresentadas pelos autarcas, do reforço da capacidade aeroportuária na região Centro", refere a mesma nota, sublinhando que "ficou estabelecido que iriam ser avaliadas e estudadas as soluções com vista a encontrar uma solução viável para a implementação de um aeroporto" no Centro do país.
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"É para nós um sinal muito positivo do Governo"
O presidente da Câmara de Leiria reage com satisfação a esta vontade expressa pelo Governo. Gonçalo Lopes sublinha que esta é uma ambição com vários anos, que pode dar um contributo muito importante ao desenvolvimento da zona centro do país.
"A confirmação de um estudo para esse grande objetivo é para nós um sinal muito positivo do Governo que olha, como solução viável, esta hipótese de trazer para a região centro um aeroporto que possa servir o desenvolvimento regional", explica à TSF Gonçalo Lopes.
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Para que o projeto ganhe asas, Gonçalo Lopes sublinha que será preciso encontrar uma forma de conciliar a atividade civil com os voos militares.
"O que está a ser estudado ou avaliado é a coabitação entre a base militar e a base civil permitindo, naturalmente, aquilo que é a segregação dos espaços, uma vez que a base civil nunca poderá estar a funcionar dentro da base", afirma o presidente da Câmara de Leiria.
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O projeto, de acordo com um estudo prévio encomendado pelas câmaras de Leiria e Marinha Grande, deverá custar cerca de 40 milhões de euros.
"Haverá um investimento que passará pela construção, fora do perímetro militar, dos hangares civis, que permitem a receção dos passageiros à chegada e depois, dentro daquilo que é a base aérea, seguramente terá de haver o reforço da pista e a criação de outras condições técnicas para a realização dos voos", revela Gonçalo Lopes.
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O autarca espera que os custos associados ao projeto sejam financiados, em boa parte, pelos privados.
"O objetivo é que a parte significativa desse investimento seja alavancada com investimento privado. Hoje em dia existem grupos interessados em desenvolver este tipo de atividades. Há empresas na Europa que fazem este tipo de intervenção e, em Portugal, temos também uma empresa multinacional dedicada a este negócio, resultante da venda da ANA"
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