O Governo vai procurar uma solução para manter o crescimento dos 'stocks' de sardinha. Um estudo europeu refere que, para o ano, a captura devia diminuir bastante, mas uma fonte oficial, salienta que "há mais hipóteses em aberto", além das 1.587 toneladas recomendadas pelos cientistas.
Corpo do artigo
Segundo o que disse uma fonte do Ministério da Agricultura e Mar à agência Lusa, as cerca de mil e seiscentas toneladas que constam de um parecer hoje divulgado pelo Conselho Internacional para a Exploração dos Mares (ICES, na sigla inglesa) são apenas uma "proposta precaucionaria", mas existem outras, que permitem que o 'stock' continue a crescer, e que vão ser avaliadas em conjunto com o governo espanhol.
"Se pescarmos só 1.600 toneladas ou zero, o 'stock' cresce 14%. Se pescarmos 14.000, cresce 8%, se pescarmos 22.000 cresce 5% e se pescarmos 30.000, ainda assim o 'stock' cresce 2%", esclareceu.
Portugal e Espanha, que gerem em conjunto a quota ibérica de sardinha, vão ter, por isso, "de falar" e escolher a solução que garanta "a manutenção do 'stock' e a manutenção dos direitos de pesca", disse a mesma fonte, que não quis pronunciar-se sobre qual a quota expectável antes das negociações com Espanha.
A Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (ANOPCERCO) já contestou a quota de 1.587 toneladas para a sardinha em 2016 e questionou a credibilidade dos dados científicos.
O presidente, Humberto Jorge, mostrou-se surpreendido com o parecer e cético quanto aos dados que a fundamentam.
"Esse número, se não fosse tão grave, dava para rir. Como é que um organismo internacional que baseia as suas recomendações em dados científicos minimamente credíveis, no prazo de quatro anos, passa de recomendações da ordem de 70 mil toneladas para uma recomendação de 1.500 toneladas?", questionou.