"Nacionalização, não." Governo promete solução para Groundforce se venda da Pasogal falhar
Estado ou TAP irão resolver o problema da Groundforce, se o Montepio não conseguir concluir a venda.
Corpo do artigo
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, garante que tudo será feito para resolver os problemas da Groundforce e que o Estado terá um "plano B", caso a venda da Pasogal conduzida pelo Montepio falhar.
https://playout175.livextend.cloud/livenlin4/2liveartvpub/playlist.m3u8
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.
"Se, por alguma razão (falta de interesse de algum investidor,...), o Montepio não conseguir proceder à venda, o Estado ou a TAP encontrarão uma solução", assegurou o ministro, esta terça-feira, no Parlamento, na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
"Nós temos estado a trabalhar numa solução há algum tempo, que foi suspensa para dar oportunidade a que o processo de venda se realizasse. Não aconteceu. Neste momento, está o Montepio a tentar concluir - esperemos que conclua com sucesso. Se não concluir, queríamos que os senhores deputados e todos os trabalhadores da Groundforce soubessem que o Estado ou a TAP resolverá o problema, caso a venda de um privado a outro não aconteça", declarou Pedro Nuno Santos.
TSF\audio\2021\07\noticias\20\pedro_nuno_santos_estado_tem_solucao
Depois das críticas ouvidas no fim de semana à TAP sobre eventuais dívidas, o ministro garante que a companhia aérea nada deve à Groundforce.
"A TAP não está em incumprimento nenhum com a Groundforce. Os adiantamentos, entretanto, foram saldados. A partir de junho, os serviços já são pagos normalmente pela TAP. Portanto, até ao final do mês de julho, a TAP pagará os serviços dentro do prazo legal e contratual, será um montante superior às necessidades salariais dos trabalhadores da Groundforce", referiu.
TSF\audio\2021\07\noticias\20\pedro_nuno_santos_tap_n_deve_nada
A TAP já tinha garantido, no sábado, que não tem quaisquer pagamentos em atraso à Groundforce, depois de a empresa de handling ter acusado a companhia aérea de ter uma dívida de 12 milhões de euros por serviços já prestados.
13954666
Este domingo, tornou-se público que a ANA - Aeroportos de Portugal vai avançar com a revogação de uma licença de ocupação da Groundforce, alegando que a empresa de handling deve 769,6 mil euros em taxas de ocupação.
A TSF sabe, no entanto, que a dívida total é, na realidade, superior a 13 milhões de euros - e não apenas os 769,6 mil euros que levaram a empresa que gere os aeroportos portugueses a avançar com um projeto de deliberação para revogar as licenças de ocupação de espaços. Nestes 13 milhões de euros, inclui-se "o não pagamento desde março de 2020" e "valores em dívida em todos aeroportos da rede ANA".
13955002
Este fim de semana, o trabalhadores da Groudforce cumpriram greve, convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), como forma de protesto pela "situação de instabilidade insustentável, no que concerne ao pagamento pontual dos salários e outras componentes pecuniárias" que enfrentam desde fevereiro de 2021.
A paralisação vai prolongar-se ainda pelos dias 31 de julho, 1 e 02 de agosto.
Além desta greve, desde o dia 15 de julho que os trabalhadores da Groundforce estão também a cumprir uma greve às horas extraordinárias, que se prolonga até às 24h00 do dia 31 de outubro de 2021.