O Governo prepara-se para divulgar as medidas de reforço de segurança nos aviões nacionais. As recomendações foram pedidas ao Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC). À TSF, a Associação de Pilotos de Linha Aérea aconselha ponderação, enquanto o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves defende testes psicológicos.
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O secretário de Estado dos Transportes admitiu ontem na TSF que o Governo pediu ao Instituto Nacional de Aviação Civil que identificasse se há ou não necessidade de reforçar as medidas de segurança de voo em Portugal.
«Nada melhor do que ter o regulador setorial a recomendar que medidas devem ser tomadas», adiantou Sérgio Monteiro, dizendo agora aguardar «as recomendações do INAC para poder tomar decisões».
O pedido que seguiu para o INAC foi no sentido de «que fossem analisadas condições de segurança nos voos» e não em terra. O governante lembra que nos aeroportos, as medidas foram reforçadas na sequência dos ataques terroristas, nomeadamente do 11 de setembro.
Esta manhã, o comandante Salvador Souto Maior, da Associação de Pilotos de Linha Aérea, mostrou-se a favor do reforço de medidas de segurança mas pede prudência. O comandante lembra que nos últimos anos tudo tem sido feito para retirar tripulantes do "cockpit" existindo a recomendação para que estejam sempre duas pessoas mas não por motivos de terrorismo.
Também em declarações à TSF, o diretor do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves considera que o governo fez bem em pedir um diagnóstico sobre segurança de voo ao Instituto Nacional de Aviação Civil. Álvaro Correia Neves diz que seria sensato que Portugal impusesse também a presença em permanência de duas pessoas no "cockpit" dos aviões.
O presidente do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves admite também que outra medida que deveria ser considerada era a de sujeitar as tripulações a testes psicológicos anuais e obrigatórios. Atualmente estes testes são feitos no inicio de carreira. Os pilotos são depois submetidos, anualmente, a testes médicos e de proficiência.