Em causa estão as alterações ao orçamento suplementar aprovadas na Assembleia da República.
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O Governo prevê que o défice possa chegar a 7% este ano, por causa das alterações ao Orçamento Suplementar aprovadas na Assembleia da República. A informação é avançada pelo secretário de Estado Adjunto do Primeiro Ministro, Tiago Antunes, durante o programa de debate político semanal da TSF "Almoços Grátis".
O secretário de Estado explica que este défice é provocado por uma diminuição da receita -"até mil milhões de receita a menos (...) que deixa de ser encaixada este ano e que é encaixada no ano seguinte" - e a um acréscimo da despesa de 400 milhões.
Tiago Antunes sublinha que o facto de o défice estimado neste momento ser superior aos 6,3% que tinham sido apresentados pelo Governo é um "resultado direto das medidas que foram aprovadas [na Assembleia da República], muitas delas não em centrão mas em coligação, muitas dessas coligações negativas".
Por isso, sustenta, "o governo procurará acomodar este esforço orçamental acrescido" e que esse esforço "é imputável a estas iniciativas dos partidos".
Bloco central? "A política nacional entretém-se à caça de gambozinos"
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Noutro plano, sobre a existência de um bloco central na política nacional, Tiago Antunes refere que tal ideia não passa de uma "caça de gambozinos".
"A política nacional, de vez em quando, entretém-se à caça de gambozinos e o bloco central é uma espécie de gambozino político de que andam todos à procura e que ninguém encontra", atira.
Para o secretário de Estado, o tema do bloco central está para esta legislatura como o diabo - "que nunca chegou" - esteve para a legislatura anterior: "Agora também recorrentemente se alardeia o tema do bloco central e a verdade é que ele não chegou e creio que não chegará, como, aliás, tem sido repetidamente dito pelo primeiro-ministro desde que foi eleito secretário-geral do PS."
David Justino: "É natural que o maior partido" da oposição não viabilize o Orçamento do Estado
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Também durante o programa da TSF "Almoços Grátis", o vice-presidente do PSD, David Justino, deixou claro que o facto de o partido ter viabilizado o orçamento suplementar não significa que o PSD decida viabilizar o próximo Orçamento do Estado.
Para David Justino é, até, "natural que da parte do maior partido da oposição - que quer ser alternativa do governo - haja uma posição que não é necessariamente a de viabilizar".
O social-democrata explica que para questões conjunturais como este orçamento suplementar ou para encontrar respostas para a pandemia "podem contar com o PSD". No entanto, "em questões de ordem estrutural em que se põe o problema da alternativa e de ter um projeto completamente diferente para o país aí as coisas têm de ser clarificadas".