O Ministério da Educação deu por concluído o processo de reorganização da rede escolar do primeiro ciclo. Pela primeira vez em dez anos não vão ser encerradas escolas.
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O gabinete de Nuno Crato garante que não haverá mais encerramentos, exceto em casos que estejam já estejam decididos e com o processo em curso.
Citado pelo Diário Económico, o Ministério da Educação não esclarece se esta decisão é válida apenas para o próximo ano letivo, que se inicia em mês de eleições autárquicas.
Nos últimos 11 anos, o reordenamento da rede escolar implicou o fecho de 6.508 escolas do 1º ciclo, espaços que na sua maioria tinham menos de 21 alunos.
Esta política arrancou em 2002 com o Governo de Durão Barroso e sob a tutela de David Justino, continuou nos governos de José Sócrates e de Pedro Passos Coelho.
Entre 2005 e 2009, fecharam portas 2.500 escolas, a que se somaram as 701 encerradas em 2010 pela ministra Isabel Alçada. Nuno Crato fechou 536. As regiões do norte e do interior foram as mais afetadas.
De acordo com dados do Diário Económico a forte redução escolar foi acompanhada por uma significativa quebra demográfica que se reflete na evolução do total de alunos inscritos a cada ano e que é cada vez menos.
A oferta foi sendo colmatada por um aumento do número de escolas integradas que unem 1º ciclo e jardim de infância. Entre 2002 e 2011 a oferta em escolas integradas passou de 33 para 1624.
Contactado pela TSF, o secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE), João Dias da Silva, afirma que a conclusão deste processo vem acabar com a instabilidade dos últimos anos na rede de ensino.
João Dias da Silva lembra que este foi um processo difícil e defende que os alunos nem sempre ficaram a ganhar com as mudanças.