Governo não se compromete com adesão da Ucrânia à UE: "Fundamental é a unidade europeia"
Portugal tem mostrado alguma reticência à aprovação imediata do estatuto de candidato, ao contrário dos restantes líderes europeus.
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Depois de conhecido o relatório da comissão europeia, que recomenda a atribuição do estatuto de candidato à Ucrânia, João Gomes Cravinho não compromete com o Governo: primeiro vai ler o relatório sobre o pedido de adesão da Ucrânia à União Europeia (UE), e só depois toma uma posição final, no conselho europeu da próxima semana.
Portugal tem mostrado alguma reticência à aprovação imediata do estatuto de candidato, com António Costa a defender que "os processos são longos" e obrigam o país candidato a obedecer a vários critérios.
Em conferência de imprensa, depois de uma reunião com Sviatlana Tsikhanouskaya, líder da oposição bielorrussa, o ministro dos Negócios Estrangeiros lembrou que é preciso haver unanimidade dos Estados-membros, e o importante é não dividir a UE.
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"Primeiro é preciso ler o relatório, ler exatamente qual é a recomendação e a identificação das condições por parte da Comissão Europeia. Durante os próximos dois ou três isso será feito, e haverá oportunidade para consolidar a posição portuguesa", explicou.
Gomes Cravinho lembra que Portugal "sempre pugnou" pelos consenso, sendo "uma parte construtiva" no diálogo entre os parceiros europeus.
"Sempre dissemos que o fundamental, em relação à Ucrânia, é a manutenção da unidade europeia", atirou.
Rússia envia conselheiro de Putin a Portugal: "Decide o que entender"
Sobre a presença da Rússia na conferência dos oceanos, que vai decorrer em Portugal, Vladimir Putin anunciou que vai enviar um conselheiro do Kremlin e não um embaixador, como se esperava. A decisão do Presidente russo pode colocar problemas acrescidos de segurança.
Questionado sobre o assunto, Gomes Cravinho explica que Portugal, como país organizador, não tem de dialogar com a Rússia, e cada país envia o representante que entende.
"Há 140 países que estarão na Conferência dos Oceanos, onde se aplicam as regras das Nações Unidas. Somos o país anfitrião, e receberemos as delegações, mas não temos nenhum diálogo particular com a Rússia", garantiu.
Sobre os membros das várias delegações, o ministro lembra que "alguns são Presidentes da República, outros ministros" e a Rússia "decide o que entender".
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