Governo "não tem acolhido reivindicações". Forças de segurança admitem novas ações de protesto
Os elementos das forças e serviços de segurança vão aprovar um documento com as principais reivindicações para ser entregue ao presidente da Assembleia da República.
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Elementos da PSP, GNR, SEF, guardas prisionais, Polícia Marítima e ASAE realizam, na quarta-feira, em Lisboa, um encontro nacional para debaterem os principais problemas das forças e serviços de segurança e decidirem ações de protesto.
O encontro nacional das forças de segurança é organizado pela Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, estrutura que congrega os sindicatos e associações mais representativos da área da segurança interna, e vai terminar com um desfile até à Assembleia da República, onde será entregue um documento que os polícias vão aprovar na reunião que se realiza no auditório D. Pedro IV, na avenida D. Carlos I.
O secretário nacional da Comissão Coordenadora Permanente, César Nogueira, disse à Lusa que os elementos das forças e serviços de segurança vão aprovar um documento com as principais reivindicações para ser entregue ao presidente da Assembleia da República no final do encontro.
César Nogueira, que é também presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), avançou que, durante o encontro, os elementos das forças e serviços de segurança vão ser ouvidos e decidir a eventual adoção de "formas de luta", nomeadamente a realização de uma manifestação em conjunto.
O responsável precisou que os elementos das forças e serviços de segurança estão descontentes e o Governo "não tem acolhido qualquer das reivindicações apresentadas pelas várias estruturas".
Segundo César Nogueira, salários, saúde e condições de serviço são os problemas em comum entre as várias estruturas.
As estruturas que fazem parte da CPP consideram também que, apesar do Governo fazer "gáudio do alegado investimento e aumentos para as forças de segurança e da sua eficácia", na prática "têm estado ao abandono", além dos profissionais das forças e serviços de segurança sentirem que tem "sido nula a recetividade para as revindicações", nomeadamente quanto "à dignificação das carreiras e sistemas de remunerações".
A CCP decidiu ainda marcar este encontro nacional pela "necessidade de estes profissionais se fazerem ouvir" perante a "indiferença do Governo".
César Nogueira disse ainda que cada força e serviço de segurança que faz parte da CCP tem "as suas reivindicações próprias", mas em conjunto tem mais força e recordou que, "no âmbito da CPP, já se fizeram grandes manifestações", como foi o caso do protesto de 2013 em que os polícias invadiram a escadaria da Assembleia da República.
Fazem parte da CCP a Associação dos Profissionais da Guarda, Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Associação Socioprofissional da Polícia Marítima, Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional e Associação Sindical dos Funcionários da ASAE.