Vieira da Silva diz que o ministério só foi alertado para eventual incumprimento de normas estatutárias e que pediu "inspeção global à Raríssimas". Confirma que fez parte dos órgãos sociais.
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O Governo responde com uma "inspeção global à Raríssimas " que vem reforçar uma investigação já em curso, desde julho, diz o ministro do Trabalho e da Segurança Social
"Ao contrário do que tem sido afirmado, não é verdade que eu próprio ou a secretária de Estado tenhamos tido conhecimento de gestão danosa", afirmou Vieira da Silva.
O ministro do Trabalho e da Segurança Social adiantou que "há um processo que tem corrido no Instituto de Segurança Social relativamente às denúncias de um ex-tesoureiro que se prendiam com o facto de não estarem a ser cumpridas normas do estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPPS)".
"O Governo não deixará de responder a todas as dúvidas que foram suscitadas neste processo e irá desenvolver as atividades inspetivas tão breve quanto possível".
Questionado sobre se Paula Brito e Costa tem condições para permanecer no cargo, Vieira da Silva remeteu para "os órgãos sociais" da associação.
"É uma responsabilidade que comete à Sra. Presidente da Raríssimas", disse.
Ao longo da conferência de imprensa, o ministro repetiu várias vezes que os cerca de meio milhão de euros de ajudas do Estado em vários programas "não depende de processo de fiscalização mas sim de processos permanentes de avaliação".
Vieira da Silva confirmou que, antes de entrar no atual Governo, fez parte dos órgãos sociais da Raríssimas.
"Eu próprio tive uma participação nos órgãos sociais desta associação", afirmou Vieira da Silva, sublinhando que era um "cargo não executivo e sem nenhuma contrapartida financeira".
"Foi apenas um compromisso cívico que abandonei quando assumi funções governativas", disse.
O ministro esteve acompanhado, na conferência de imprensa pela secretária de Estado da Segurança Social Cláudia Joaquim.
No último sábado, a TVI transmitiu uma reportagem com denúncias de que a presidente da Raríssimas (Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras), Paula Brito e Costa, terá usado dinheiro da instituição para comprar vestidos de alta-costura, terá feito compras de supermercado e criado despesas fictícias de deslocação.
Só do Estado, a associação recebeu perto de um milhão de euros em 2016. A alegada gestão danosa está já a ser investigada pela Polícia Judiciária.
Esta segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República confirmou que já tinha sido aberto um inquérito à associação Raríssimas, depois de denúncias de uso indevido de dinheiros da instituição.
A associação assegurou, em comunicado publicado no Facebook neste domingo, que "todas as acusações apresentadas nesta reportagem são insidiosas e baseadas em documentação apresentada de forma descontextualizada."