O Governo português pede coerência à "troika" nas apreciações sobre Portugal. O ministro da Presidência lamenta que nem sempre o discurso esteja sintonizado.
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No final da reunião desta quinta-feira do Conselho de Ministros, o Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares lamentou que nem sempre o que afirmam os responsáveis máximos dos organismos internacionais coincida com o que os técnicos da 'troika' depois defendem nas reuniões em Portugal.
A menos de duas semanas da chegada dos técnicos da 'troika' a Portugal para a décima avaliação, Marques Guedes envia desde já o recado. Antes das reuniões técnicas em Lisboa era bom que tivessem em conta as palavras dos líderes das organizações que representam.
Ainda hoje, refere o Ministro da Presidência, o Comissário Europeu dos Assuntos Económicos Oli Rehn disse que está na altura dos Estados Membros começarem a abrandar a austeridade e o ritmo de consolidação orçamental, dando como exemplo Portugal.
Marques Guedes lamenta também aquilo a que chama pouca informação por parte de alguns especialistas e jornais de referência.
Hoje o Jornal Financial Times dá como provável um segundo resgate a Portugal, citando fontes não identificadas da "troika".
O ministro diz que se trata de um mero exercício de liberdade de expressão.
O Governo considera que só uma confusão ou a pouca informação pode justificar estes receios em relação a Portugal.
O ministro da Presidência dos Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares aproveitou ainda para responder a António José Seguro.
Ontem, o líder socialista dizia que o grau de aceitação das propostas do PS de alteração ao Orçamento de Estado seriam «um teste» à real vontade de consenso do Governo.
Ora, Marques Guedes considera «curiosas» essas declarações e diz, com ironia, que o conceito de «entendimento» para o PS é uma via de um único sentido.