O ministério dos Negócios Estrangeiros já reagiu aos ataques na Síria. Em comunicado, o governo português refere que "acompanha com muita preocupação" a situação no país.
Corpo do artigo
O Governo português criticou a ofensiva turca no norte da Síria. O ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou, num comunicado a que a TSF teve acesso, estar preocupado com as consequências para os civis na região e sublinhou que as iniciativas militares unilaterais têm resultados potencialmente desastrosos, causam mortes, deslocados e destroem infraestruturas civis, pelo que não contribuem para uma solução política duradoura.
"O Governo português acompanha com muita preocupação a operação militar lançada pela Turquia no nordeste da Síria, muito em particular as suas consequências sobre a população na região", refere em comunicado o ministério dos Negócios Estrangeiros.
O ministério dos Negócios Estrangeiros considera ainda que a ofensiva pode comprometer os "objetivos prioritários" da coligação internacional contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
"Portugal considera que a presente ofensiva pode seriamente pôr em causa objetivos prioritários da comunidade internacional e da coligação Internacional contra o Daesh, nomeadamente a luta contra grupos terroristas que ainda operam no território sírio, para além de ameaçar a segurança dos parceiros locais da coligação global que foram fundamentais para a derrota do Estado Islâmico", pode ler-se na nota.
O Governo português conclui com um apelo a Ancara para que contribua de "forma construtiva" num processo político negociado e liderado pela ONU.
Vizinha da Síria, a Turquia lançou na quarta-feira uma operação militar, envolvendo forças aéreas e terrestres, contra a milícia curdo síria Unidades de Proteção Popular (YPG), que considera "um grupo terrorista" e que quer afastar da sua fronteira.
O último balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) indica que 41 combatentes curdos e 17 civis foram mortos na ofensiva desde quarta-feira.
Ancara anunciou a morte de um dos seus soldados nos combates e de oito civis, incluindo um bebé de nove meses e uma rapariga de 11 anos, devido a disparos de rockets curdos sobre as cidades turcas fronteiriças.