O Governo decidiu proibir a circulação de matérias perigosas aos domingos e feriados, devido à falta de entendimento entre ANTRAM e motoristas.
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A falta de entendimento entre os motoristas de materiais perigosos e a ANTRAM levou a que o Governo proibisse a circulação dessas matérias sensíveis aos domingos e feriados. Foi o que revelou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, no final da reunião com as associações que representam a classe profissional.
"O Governo estava a mediar. Há matérias que preocupavam as duas partes e que podiam ser resolvidas por nós, e, portanto, se as duas partes tinham um entendimento sobre a interdição de circulação de matérias perigosas, como acontece, aliás, em outros países europeus, não havia nenhum problema da nossa parte", explicou Pedro Nuno Santos.
O ministro asseverou, no entanto, que não é o Executivo que vai pagar os dias em que os motoristas estiverem parados. "Não há compensação pecuniária por parte do Governo", garantiu, ao mesmo tempo que fez questão de realçar que este é um assunto apenas entre empresas e trabalhadores.
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A madrugada desta sexta-feira ficou marcada por negociações entre as associações e o Governo . Da reunião, resultou um entendimento que o presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias acredita que melhorará as condições de trabalho dos motoristas de matérias perigosas.
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Gustavo Paulo Duarte sublinha a intenção do Governo de "valorizar o trabalho no nosso setor". "A valorização das pessoas não é só financeira, mas das condições de vida", acrescentou, embora tenha reconhecido que haverá negociações quanto aos aumentos nos salários.
"São valores que vão remunerar mais todos os trabalhadores deste setor, e todos os sindicatos estão com o acordo em cima da mesa, se calhar na ordem dos 100 ou 200 euros, não sabemos ainda", referiu Gustavo Paulo Duarte.
O presidente da ANTRAM frisou que "todos os trabalhadores deslocados deste setor têm uma base tributável de 1400 euros" e que estes "não são valores brutos nem líquidos: são rubricas obrigatórias por inerência da sua profissão, que é de trabalhador deslocado".
O acordo "histórico" levou à desconvocação da greve de 23 de maio.