Redução total de horários de trabalho. Governo quer apoio para empresas com perdas superiores a 75%
A ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, esclareceu, à entrada da Concertação Social, que este apoio se destinará apenas às empresas com perdas de enorme dimensão.
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Apenas as empresas que registem quebras de faturação superiores a 75% vão poder beneficiar do apoio do Governo relativo à redução total de horários de trabalho, avançou, esta terça-feira, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.
A governante falava aos jornalistas antes de entrar na reunião da Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS) que tem na ordem de trabalhos a situação decorrente da Covid-19 e o Plano de Recuperação e Resiliência, contando com a presença o ministro do Planeamento.
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"O objetivo é apoiar o emprego e apoiar a manutenção nos postos de trabalho nas empresas que estejam neste momento com mais dificuldade na retoma da atividade, com maior quebra de faturação, ou seja, aquelas que têm quebra de atividade acima dos 75%", disse Ana Mendes Godinho.
A medida será analisada, esta terça-feira, pelos parceiros sociais. Ouvida pela TSF, a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) afirma que esta é uma medida já há muito esperada, enquanto a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) espera que nenhum setor seja discriminado.
Pelo lado das centrais sindicais, a União Geral de Trabalhadores (UGT) foi já ouvida sobre a matéria pelo Governo e explica que está prevista a suspensão total da prestação de trabalho e uma remuneração dos funcionários nunca inferior a 88%. Mas a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP-IN), que só agora expressará as suas preocupações, receia que esta ajuda às empresas seja feita à custa da Segurança Social.