"As pessoas têm tempo." Governo quer cursos rápidos em situações de desemprego ou lay-off
A tutela do ensino superior defende a adaptação da oferta formativa ao momento de crise motivada pela pandemia: cursos rápidos e pós-graduações para requalificação de trabalhadores.
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O secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Sobrinho Teixeira, garante que o Governo está preparado e já lançou medidas para resolver as novas necessidades dos alunos com problemas económicos. Entre elas a possibilidade de criar novos cursos de curta duração nas instituições de ensino, não só para estudantes, mas também para trabalhadores em situação de desemprego ou lay-off.
O Governo explica que considera "obrigação que temos todos, incluindo o ensino superior, preparar cursos curtos, de pós-graduação, de requalificação". Sobrinho Teixeira acrescenta: "Nós achamos que esta é uma oportunidade, pois agora as pessoas têm tempo".
"É para aí que estamos a orientar muita da capacidade de resposta das instituições de ensino superior", explica o responsável pela tutela. "Passa pelos estudantes, mas também pela classe trabalhadora que precisa e tem a oportunidade de fazer essa requalificação".
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Sobre a resposta social dada aos estudantes durante o período da pandemia, o secretário de Estado lembra que já existiam vários mecanismos de ajuda, agora mais importantes do que nunca. "Mecanismos de financiamento de ação social para responder às solicitações, novas bolsas, saídas de emergência, diferimento de próprias sem pagar juros de mora já existem e, na nossa perceção, cobrem o conjunto de situações que entendemos necessárias neste momento de crise da pandemia".
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O Governo admite que, por causa da crise, o ensino superior vai perder receitas próprias no próximo ano letivo.
Partido Socialista lembra a quebra de receitas
Em nome do PS, o partido do Governo, o deputado Tiago Estevão Martins admite que o ensino superior vai ter uma brutal quebra das receitas próprias no próximo ano letivo. E isso vai ser um problema extra para resolver os problemas que vão surgir nas universidades e politécnicos.
"A questão que temos neste momento é como, com os recursos que temos, a diminuição das receitas das famílias, das receitas das instituições de ensino superior - às quais se somam as dificuldades dos estudantes internacionais, que são fonte de fincamento muito relevante -, vamos conciliar o aumento da necessidade de resposta com a diminuição dos serviços próprios das instituições.
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"Todos nós temos consciência de que o próximo ano será um ano de enorme tensão para o sistema", diz o deputado socialista.
Politécnicos lembram que a situação tende a piorar
O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Pedro Dominguinhos, lembra no Fórum TSF que as instituições de ensino superior têm pela frente um enorme desafio.
Entre as medidas já aplicadas, diz Pedro Dominguinhos, está o "prolongamento do pagamento de propinas, redução dos preços pagos nas residências e a maioria das instituições criou novos programas de apoio sociais", para os estudantes.
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"Estamos perante uma situação que se vai agudizar nos próximos meses. É necessário garantir a continuidade dos estudos para quem está nas licenciaturas, mas também para quem quer continuar o estudo para o mestrado ou para quem quer ingressar no ensino superior", diz o responsável.
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