Governo quer refundar INEM até ao final do ano e ministra rejeita demissão: “Responsabilidade política é dar condições de trabalho”
Ana Paula Martins refere que a CPI ao INEM vai ajudar a clarificar o que falhou no passado
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Ana Paula Martins acusa o Governo socialista de ter deixado o INEM sem recursos humanos e lembra que só com a AD os técnicos conseguiram um acordo para valorizar as carreiras. A ministra da Saúde sugere que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao INEM vai clarificar o que falhou no passado, ou seja, vai atingir o anterior Governo.
"O INEM que encontrámos era um INEM com muita falta de recursos humanos, que ainda hoje tem. Ainda hoje temos mais de 700 postos por ocupar. O presidente do sindicato diz que conseguiu em tempo recorde um acordo com o Governo, mas conseguiu em tempo recorde um acordo com o Governo para valorização da carreira, porque ela não estava valorizada. Porque é que ele antes não conseguiu essa valorização ao nível a que os técnicos precisavam? Isso não sei, mas isso a CPI responderá", afirma.
A comissão parlamentar de inquérito ao INEM vai arrancar, ao que tudo indica, depois da discussão do Orçamento do Estado para 2026. A ministra da Saúde insiste que os relatórios da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde não relacionam as mortes com a falta de socorro do INEM, durante a greve dos técnicos de emergência médica. Reforça ainda que não está em fim de linha, pelo que a "responsabilidade política é dar condições de trabalho" aos profissionais.
A governante adianta que, até ao final do ano, o Governo vai apresentar uma proposta para a lei orgânica do INEM, que vai dar o pontapé de saída à refundação do INEM prometida pelo Executivo.
"Há quem faça política a navegar à vista e há quem primeiro faça um guia náutico, leve instrumentos e faça uma carta de marear. Nós, na nossa carta de marear, ainda nos falta uma peça muito importante para chegar ao destino. Falta-nos o relatório da CPI. Eu gostava de vos dizer que chegaremos ao fim do ano com uma proposta de lei orgânica, que é sempre a peça que fecha esse modelo de transformação ou refundação", acrescenta.