Governo quer soluções mais eficazes para casos de idosos «depositados» nos hospitais
O ministro da Saúde diz que estes casos acabam por ter influência na capacidade de internamento dos hospitais. Paulo Macedo quer também trabalhar com o Ministério da Segurança Social para diminuir as assimetrias nas taxas de vacinação em lares.
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O Ministério da Saúde e a Segurança Social vão trabalhar em conjunto para encontrar soluções mais eficazes para casos de idosos «depositados» nos hospitais e para impedir «assimetrias» nas taxas de vacinação em lares, disse hoje o ministro Paulo Macedo.
Durante uma visita ao serviço de urgência e à maternidade do Hospital de Guimarães, o ministro da Saúde explicou, em declarações à Lusa, que há lares com taxas de vacinação de «quase 100%», mas que existem outros onde essa taxa é quase nula e onde se deixa «infetar» os utentes, levados depois «sem critérios» para as urgências.
Paulo Macedo lembrou ainda que a existência destes «casos sociais» de doentes internados em hospitais sem ser por razões de saúde também influencia o funcionamento das urgências em períodos de maior afluência.
«Vamos trabalhar este mês com a Segurança Social em dois aspetos: por um lado, os casos sociais para pôr estas pessoas onde possam ter assistência que não médica porque já não são casos clínicos, mas sim uma assistência em termos sociais», apontou o ministro.
Por outro lado, o trabalho conjunto servirá para «ter a certeza de que não há assimetrias nas taxas de vacinação dentro dos lares», o que, afirmou o ministro, acontece.
«Sabemos que as há. Há lares que têm taxas de vacinação na ordem dos 100% e depois há outros lares que não prestam qualquer atenção a esta taxa e deixam infetar o doente, não cuidam dele atempadamente, deixam infetar todos os outros residentes e depois, pura e simplesmente, são levados para as urgências sem qualquer critério e de forma desatempada», referiu.
Além disso, o responsável apontou o desejo de ter «soluções mais eficazes» para os chamados casos sociais, que, disse, influenciam também o funcionamento das unidades hospitalares.
Por isso, Paulo Macedo quer que o funcionamento dos lares seja acompanhado. «Aqui a questão é sabermos se de facto as pessoas dos lares recebem os cuidados clínicos e de enfermagem a que têm direito e que não são, pura e simplesmente, ao primeiro sinal, despejadas no hospital», referiu.