
Vasco Cordeiro
Global Imagens/José Sena Goulão
O presidente do Governo Regional dos Açores rejeitou hoje que esteja a tentar pressionar o governo norte-americano ao falar da China como possível utilizador da Base das Lajes, na sequência da retirada das tropas dos Estados Unidos.
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Vasco Cordeiro, que esteve reunido em Belém com Cavaco Silva, rejeita qualquer sugestão sobre a utilização militar da Base das Lajes pela China, mas defende que o governo de Pequim não pode ser colocado de fora da equação do ponto de vista das relações comerciais. O presidente do governo regional quer mais do que uma porta entreaberta para a negociação.
«Do ponto de vista comercial porque razão é que havemos de fechar a porta? Não é uma forma de pressão sobre os Estados Unidos. Os EUA já disseram o que pensam em relação à Base das Lajes: "gas station"», afirmou Vasco Cordeiro.
"Uma bomba de gasolina", foi a expressão utilizada pelo embaixador dos Estados Unidos em Portugal para definir a utilização da base pelos norte-americanos. Uma expressão que não caiu bem ao presidente do Governo Regional dos Açores que, depois da reunião com Cavaco Silva, reforçou a necessidade de rever todo o acordo de cooperação e defesa entre os dois países.
Uma revisão que, salienta Vasco Cordeiro, para além de demonstrar a insatisfação portuguesa pelo rompimento com o espírito inicial do acordo deve ter ainda uma outra função: «Evitar que se instale a suspeição de que pode ter havido aqui qualquer tipo de troca, ou seja, que a questão das Lajes pode ter sido trocada por uma questão das outras áreas que estão previstas no acordo de cooperação e defesa. E quais são essas outras áreas? Equipamento militar, cooperação militar, de treino, cooperação nas áreas de indústria e defesa. Eu não quero acreditar que isso seja possível».
Dúvidas que para já o presidente do governo regional garante não ter sobre um processo de retirada do contingente norte-americano feita "à pressa", acrescenta Vasco Cordeiro, que classifica ainda a decisão de «hostil», sublinhando que afeta a aliança e o relacionamento diplomático entre os dois países.
O presidente do Governo Regional dos Açores exigiu ainda «uma resposta firme e determinada» do executivo português.