O secretário de Estado Adjunto da Saúde rejeitou hoje as críticas do Observatório da Saúde sobre a atenção dada ao impacto da crise na Saúde, lembrando que o preço dos medicamentos baixou e as isenções das taxas moderadoras foram alargadas.
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Fernando Leal da Costa admitiu, no entanto, que os cuidados de saúde primários podem ser melhorados, como refere o Observatório da Saúde, garantindo que «ainda há muito a fazer e que [o ministério] vai tentar corrigir a situação».
O Observatório Português dos Sistemas de Saúde divulga hoje um relatório no qual acusa o Ministério da Saúde de não ter feito um diagnóstico aos efeitos da crise na Saúde dos portugueses e refere que um terço dos idosos não tem dinheiro para comprar os medicamentos que necessitam, óculos ou aparelhos auditivos.
«Não concordo. Na realidade, o Ministério da Saúde tem hoje um conjunto de ferramentas de avaliação e de indicadores de saúde e de comportamento das pessoas face a saúde que anteriormente não existiam», disse Leal da Costa.
No terreno, quem trabalha com as pessoas que precisam de ajuda, como é o exemplo da Cáritas, dá conta de vários casos em que a procura por medicamentos junto da instituição tem aumentado.
Também Victor Veloso, secretário geral da Liga Portuguesa contra o Cancro, fala de dificuldades «muito grandes em todos os campos», no caso dos doentes oncológicos.
Em declarações ao programa Fórum TSF, aquele responsável apontou dificuldades no acesso ao diagnóstico das doenças, atrasos nos tratamentos e, lembrou, «estes doentes estão cada vez mais carenciados sob o ponto de vista económico e social».
Já pela associação de administradores hospitalares, Marta Temido diz que não há provas de uma diminuição na procura de cuidados de saúde junto dos hospitais mas, ainda assim, admite a existencia de «uma comprovação empírica» dessa realidade.