O interior conta com apenas cinco por cento da procura turística pelos estrangeiros. Grande parte do turismo em Portugal está concentrado em Lisboa, no Porto e no Algarve.
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Pela primeira vez, o Governo vai implementar uma agenda do turismo centrada no interior do país, para que o turismo funcione como um fator de "desenvolvimento e coesão". O projeto prevê um financiamento de 200 milhões de euros, para os próximos três anos.
Alicerçado em cinco eixos (valorizar, investir, qualificar, projetar e conectar), o Governo prevê a requalificação de imóveis, atraindo população para o interior. O secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, em declarações à TSF, sublinha que esta é a primeira vez que existe "uma política de turismo específica" para o interior.
"Para concretizarmos esta agenda, mobilizámos cerca de 200 milhões de euros como valor inicial, para valorizar o território, investir nas empresas, qualificar recursos humanos e projetar o interior em termos turísticos", explica.
Para o secretário de Estado, o projeto do Governo mostra "ambição e prioridades", respondendo às críticas da oposição, garantindo que "não se trata de um diagnóstico ou de um plano estratégico": "É um plano de ação para impulsionar o turismo", garante.
Grande parte do turismo em Portugal está concentrado em Lisboa, no Porto e no Algarve, e os números mostram mesmo que 90 por cento da procura se centra no litoral do país. O interior conta com apenas cinco por cento da procura turística pelos estrangeiros.
"Queremos ter mais turismo no interior: se tivermos mais turismo, teremos mais economia e mais pessoas, que são dos principais desafios. Queremos ter mais população a viver e estudar no interior", lembra, sendo esse um dos objetivos que o Executivo inseriu no programa de Governo de António Costa.
Governo prevê que 2023 seja "melhor ano de sempre" para o turismo
Em 2022, Portugal recuperou os números do turismo para valores pré-pandemia. Para 2023, o Governo prevê um novo recorde: "O melhor ano de sempre na área do turismo".
"Os números do turismo traduzem-se em receitas para as empresas, no emprego e na melhoria da qualidade de vida dos portugueses. Estamos muito confiantes no ano de 2023, não só na economia em geral, mas também no turismo em particular. Sempre com o propósito de termos turismo em todo o território, já que o país tem um potencial único em todas as regiões", sustenta.
A agenda do turismo para o interior é apresentada ao início da tarde desta terça-feira, na Covilhã. Além do secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda, também o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, marcará presença no distrito de Castelo Branco.
Para quinta-feira, na Assembleia da República, o debate em plenário será sobre a competitividade das regiões do interior, a pedido do PSD. Os social-democratas entregaram cinco recomendações ao Governo para que invista nos territórios.