Linha de crédito criada pelo Governo para apoiar a compra de táxis elétricos recebeu apenas 26 candidaturas em 2019. Número de interessados não chegou para atingir o valor máximo de financiamento previsto, 200 mil euros. Federação Portuguesa do Táxi lamenta e diz que os requisitos limitaram o número de candidaturas.
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O Fundo para o Serviço Público de Transportes recebeu 26 candidaturas para a compra de táxis elétricos, no âmbito dos incentivos à descarbonização e à modernização do setor, em 2019: 21 foram aprovadas, duas foram recusadas e três ainda estão em análise. Alem disso, a idade média dos táxis substituídos foi de 20 anos. Em reposta à TSF, o Ministério do Ambiente e da Transição Energética explica que o valor total dispensado foi de 152 mil euros, menos 48 mil euros do que o teto máximo da linha de financiamento.
Contactada pela TSF, a Federação Portuguesa do Táxi (FPT) lamenta a fraca adesão, mas não estranha os números. "As candidaturas tinham muitos requisitos, nomeadamente o facto de só se poder candidatar uma viatura por cada operador. Nós sabemos de algumas entidades que têm várias viaturas e que podiam perfeitamente ter aproveitado mais este incentivo e não o puderam fazer", esclarece a Vice-Presidente, Ana Rita Silva.
A responsável da FPT considera que não faz sentido limitar o financiamento do Estado a um veículo por beneficiário: "A justificação que deram foi o receio de que grandes operadores, que têm muitas viaturas, concorressem com todas as viaturas e depois não chegasse para pequenos operadores que têm só uma ou duas viaturas. Claro que não é assim, não há empresas com 200 viaturas a candidatarem-se ao apoio ao mesmo tempo. Temos esperança que agora para 2020 este requisito seja alterado".
Ana Rita Silva acredita ainda que a hipótese de deduzir o IVA da eletricidade pode fazer a diferença em novas candidaturas e espera que o Governo pondere incluir a atribuição do apoio à aquisição de viaturas híbridas.