A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública entregou ao Governo estudo económico que aponta para discrepâncias nas contas de salários da Função Pública.
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Uma reunião de 20 minutos serviu para a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública apresentar ao Governo um estudo económico da autoria de Eugénio Rosa.
Neste estudo, o economista ligado ao mundo sindical demonstra que na Administração Pública "o aumento na despesa efetiva de pessoal foi, em 2019, de apenas 310,7 milhões de euros, segundo os dados do próprio Ministério das Finanças (DGAEP) e não de 524 milhões de euros, como afirma o ministro Mário Centeno. O mesmo tipo de previsão enferma naturalmente o valor para 2020 - 540 milhões de euros, segundo Mário Centeno - até porque muitas progressões na carreira acumuladas ao longo dos últimos anos foram feitas em 2019."
"Infelizmente, este Governo não olha a meios para alcançar aquilo que designa por "contas certas" mesmo que seja à custa da degradação das condições de vida e de trabalho dos trabalhadores das Administrações Públicas que lhe deviam merecer respeito", pode ler-se no documento.
Munida destes mapas, a sindicalista Ana Avoila exige "uma explicação sobre os números da fundamentação económica" que tem sustentado a proposta considerada "insultuosa" pelos sindicatos.
De acordo com os "estudos feitos, com base em dados oficiais, o Governo não está a ser verdadeiro quando diz que vai gastar mais de 500 milhões de euros com pessoal, pelo contrário. Vai apenas gastar com aumentos 317 milhões de euros", diz Ana Avoila.
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A Frente Comum quer saber "porque é que o Governo está a fornecer dados que não são verdadeiros" e argumenta que esta diferença de mais de 200 milhões de euros podia servir "para aumentar salários".
No final da reunião, a dirigente sindical afirmou que o "Governo apenas disse que, perante o estudo apresentado, iria analisar e na quarta-feira dava resposta".
A proposta do Governo em cima da mesa continua a ser de aumentos salariais de 7 euros, segundo Ana Avoila, contrariando a possibilidade da subida em 10 euros, avançada pela ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, numa entrevista à RTP, na última semana.