O primeiro-ministro assegurou que todas as hipóteses serão estudadas e assegurou que é impossível continuar a gastar tanto dinheiro com o serviço público de televisão e rádio.
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O primeiro-ministro assegurou que o Governo vai estudar «sem tabus» tudo o que se relaciona com o «processo de alienação» da RTP, previsto no programa do Governo.
Na primeira declaração que fez após António Borges ter falado na possibilidade de a RTP1 ser concessionada a privados e a RTP2 poder fechar, Pedro Passos Coelho explicou que a RTP recrutou «consultores» para fazer o estudo deste processo.
«No âmbito deste estudo, não haverá tabus, quer dizer, tudo será estudado de modo a habilitar o Governo a uma decisão bem informada», adiantou o chefe do Executivo, à chegada à embaixada portuguesa em Londres.
Em declarações à agência Lusa, Passos Coelho, que lembrou que António Borges referiu na altura que este cenário era uma das hipóteses que está a ser estudada, garantiu que este não é um processo fechado.
Na opinião do chefe do Governo é preciso saber «qual é o serviço público em concreto» que se pretende e quanto se está disposto a pagar por este serviço público.
«Não apenas porque o país passa por dificuldades grandes, é porque para futuro se quer construir uma economia com os pés assentes na terra» e por isso «tem de se projetar o futuro das empresas a pensar nessa sustentabilidade», adiantou.
Pedro Passos Coelho considerou ainda que é preciso acabar com uma situação em que se paga 300 milhões de euros por ano no serviço público de rádio e televisão e apenas 80 milhões na «cultura, museus, preservação do património e apoio à criação artística».
«O país não vai poder continuar a financiar a este nível o serviço público de rádio e televisão. É preciso saber qual é a fórmula de fazer essa gestão: se é concessionar, se é vender um canal e administrar outro ou se é simplesmente fechar um deles e gerir o outro», frisou.
Passos Coelho entende ainda que «não há nenhuma razão para histeria nem para nenhuma mobilização geral à volta do que deve ser o trabalho técnico que vai decorrer».
Sem querer emitir opiniões, o chefe do Governo entende que a «orientação é muito clara no programa do Governo e as equipas técnicas estão a fazer o seu trabalho». «Quando chegarmos à fase da decisão política vamos intervir», concluiu.