Esta semana a Porto Editora foi acusada de "censura", depois de substituir por reticencias três versos da "Ode Triunfal" de Álvaro de Campos num manual escolar do 12º ano, fundamentando a decisão com "preocupações didático-pedagógicas". O caso não passou ao lado dos ministros do Governo Sombra.
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Para contextualizar, Carlos Vaz Marques começou por ler os versos que foram suprimidos:
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Pedro Mexia desvalorizou as acusações de "censura", e mostrou-se mais preocupado com algumas das reações ao caso, do que com o caso em si. O ministro-sombra lamentou que tenha vindo a lume uma "discussão sobre a moralidade da arte e as opiniões pessoais de um autor" quando o essencial a manter é que "a arte não pode ser discutida em questões de moralidade, e um poema não tem imediatamente a ver com a vida real", pelo que "não se pode interpretar aqueles versos como uma apologia à pedofilia".
Ricardo Araújo Pereira sublinha que não se podem fazer considerações morais a respeito de arte, e explica que as preocupações da Porto Editora com as sensibilidades dos alunos são exageradas, já que os manuais são dirigidos a uma "faixa etária que provavelmente vai ler o Álvaro de Campos após ter jogado uma partida de Grand Theft Auto em que ganhou pontos por violar duas prostitutas e atropelar outras cinco", pelo que o choque com o poema do heterónimo de Fernando Pessoa não deve ser significativo.
Grand Theft Auto contra Álvaro de Campos?
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A emissão completa do Governo Sombra, para ver ou ouvir, sempre em tsf.pt.