"Grande impacto na perda de qualificações." Mais de 16% dos universitários abandonaram estudos em 2022 e 2023
Em declarações à TSF, Cristina Ventura, responsável do Observatório da Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado, revela-se preocupada e fala em "quase 25 mil estudantes e famílias afetadas". A também presidente do ISEC destaca a importância do esforço coletivo das próprias universidades e empresas
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Mais de 16% dos universitários decidiram, em 2022 e 2023, abandonar os estudos, revela o Infocursos, portal de dados e estatísticas de cursos superiores. Em declarações à TSF, a presidente do Instituto Superior de Educação e Ciências de Lisboa (ISEC) e responsável do Observatório da Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado, Cristina Ventura, mostra-se preocupada com o aumento do abandono escolar no ensino superior.
"Se pensarmos globalmente que entram, por exemplo, por ano à volta de 150 mil estudantes pela primeira vez no ensino superior, temos um valor [de abandono escolar] que ronda os 16%, portanto, estamos a falar de quase 25 mil estudantes e famílias por ano a serem afetadas por este grande problema", adianta à TSF Cristina Ventura, reforçando a importância de "mitigar este fenómeno que tem um grandíssimo impacto na perda de qualificações da futura população ativa".
O portal Infocursos mostra também que o abandono no ensino superior público encontra-se ligeiramente abaixo (0,6%) em comparação ao ensino superior privado.
Cristina Ventura considera que esta diferença estatística "não é marcante" e afirma que há fatores a ter em conta que vão além da tipologia da universidade, como a região do país ou a condição do estudante.
A professora e responsável do Observatório da APESP defende ainda que, para combater o abandono escolar, é preciso haver um esforço coletivo, nomeadamente, por parte das próprias universidades e empresas.
"Além das instituições, naturalmente, as empresas, as organizações e a sociedade como um todo, que são os destinatários finais deste produto, deviam ter um papel mais interventivo, justamente no acompanhamento e no suporte", explica.
Várias universidades privadas reúnem-se, esta quinta-feira, em Lisboa, para debater o que pode ser feito para travar este fenómeno.
