"Grande parte das ocorrências eram evitáveis." Governo apela à responsabilidade dos portugueses
A secretária de Estado da Administração Interna recorda que o uso de fogo em estado de alerta é considerado crime.
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Ainda se fazem contas aos prejuízos do incêndio que começou em Oleiros e se alastrou aos concelhos de Proença-a-Nova e Sertã, mas o Governo já aponta para as causas dos fogos. Depois de Eduardo Cabrita ter revelado que no mês de julho se registam 120 incêndios rurais por dia, agora foi a vez de Patrícia Gaspar apelar ao civismo dos portugueses.
Em conferência de imprensa em Oleiros, a secretária de Estado da Administração Interna lembra que os cidadãos têm de adequar os seus comportamentos à época do ano e ao espaço geográfico em que se encontram.
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"Podemos ter o melhor dispositivo do mundo, os profissionais todos empenhados, mas não conseguimos ter um bombeiro atrás de cada português. É fundamental que percebam e interiorizem que têm de adaptar os comportamentos. Não é tolerável o uso de fogo junto dos espaços rurais. Grande parte das ocorrências eram evitáveis", garante.
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Patrícia Gaspar vai mais longe e recorda que o uso de fogo em estado de alerta é considerado crime.
O incêndio que começou no sábado no concelho de Oleiros foi considerado dominado esta segunda-feira pelas 8h00. Ainda assim, os operacionais ainda têm bastantes horas de trabalho pela frente, uma vez que o fogo ainda não está completamente resolvido.
A secretária de Estado da Administração Interna adianta que, quando o incêndio começou, as perspetivas eram de que as chamas podiam consumir mais de 20 mil hectares de floresta. O planeamento foi elaborado para enfrentar uma ocorrência de grandes dimensões, o que permitiu "dominar o incêndio num patamar muito inferior ao inicialmente estimado".
Patrícia Gaspar aproveitou ainda para lamentar a morte do bombeiro que pertencia à corporação de Proença-a-Nova. A governante lembra que os colegas do jovem não abandonaram o teatro de operações, "na melhor honra que podiam prestar ao seu camarada".
Quanto à área total ardida, o Comandante do Agrupamento Distrital do Centro Norte diz que são cerca de seis mil hectares. Pedro Nunes adianta ainda que não há registo de habitações de primeira necessidade atingidas pelo fogo.
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Apesar de o incêndio estar dominado, Pedro Nunes garante que os operacionais não vão baixar a guarda, com meios em todo o perímetro, o que permite uma ação imediata. "Trabalhamos num território muito apetecível para o fogo. Com as condições meteorológicas, o fogo é rei", lembra.
O Comandante do agrupamento distrital Centro Norte diz que a tarde foi de muito trabalho, devido à intensidade do vento e ao aumento da temperatura. Ainda assim, o comandante admite que o número de operacionais no terreno vai começar a ser reduzido progressivamente.
Pedro Nunes apela às populações para que se mantenham atentas, uma vez que as condições meteorológicas vão estar muito idênticas às de segunda-feira.