"Grave retrocesso." Fenprof aponta problemas às propostas de Montenegro para a Educação
Mário Nogueira acredita que proposta de recuperação do tempo dos professores do PSD não abrange "esmagadora maioria".
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O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, aponta problemas às propostas do PSD para o setor da Educação e alerta, no Fórum TSF desta segunda-feira, que se as medidas passarem da teoria à prática podem implicar um “grave retrocesso”.
O líder do PSD, Luís Montenegro, prometeu aos professores a recuperação integral faseada em todo o tempo de serviço. No entanto, Mário Nogueira adverte que “a esmagadora maioria jamais recuperará o tempo de serviço”.
“Neste momento estamos em 2024. (...) Ora, se nós vamos fazer um faseamento em cinco anos a começar em 2025, ia acabar em 2030 de algo que se perdeu em 2018, ou seja, 12 anos para recuperar todo o temp”, diz Mário Nogueira.
“Entretanto uns reformam-se ou já não terão tempo para o fazer, porque chegarão aos escalões em que já não podem recuperar mais tempo de serviço”, acrescentou.
O secretário-geral da Fenprof insiste que as propostas são preocupantes e lembra que “em 2018, quando foram eliminados os contratos de associação para situações que existiam até essa altura, o que tínhamos era o setor privado a esvaziar escolas públicas a encher-se com milhões de euros”.
“Voltar a esse tempo seria um grave retrocesso e implicaria inclusivamente muito desemprego e horário zero nos professores”, atira.
Na intervenção de encerramento da convenção da Aliança Democrática, coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM nas legislativas antecipadas de 10 de março, Luís Montenegro comprometeu-se ainda a reintroduzir a avaliação em cada ciclo de aprendizagem, reduzir a burocracia nas escolas e torná-las mais aptas a receber estudantes estrangeiros.
