Candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda voltou a fazer de Marcelo Rebelo de Sousa o alvo principal dos seus ataques.
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Ao segundo dia de campanha, Marisa Matias saiu de Lisboa e fez-se à estrada para chamar a atenção para as questões ambientais em geral e para o rio Tejo, em particular. Em Abrantes, onde passou a tarde, a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda lembrou a juventude marcada pela defesa do meio ambiente, que acabou por traçar o caminho até à política.
Durante esta visita, acompanhada por um pequeno grupo de ambientalistas, Marisa Matias voltou a fazer de Marcelo Rebelo de Sousa o alvo principal dos seus ataques. Esta segunda-feira, tal como no domingo, não se cansou de apontar as ausências do Presidente da República. Ninguém ouve o nome de Marcelo Rebelo de Sousa, mas ele está sempre lá.
Na visita a um açude, em Abrantes, Marisa Matias criticou o chefe de Estado por não se mostrar pró-ativo na defesa do ambiente e do rio Tejo.
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"O Presidente da República é o maior representante do país no ponto de vista da diplomacia externa e sabemos que muitos destes problemas que o Tejo enfrenta também têm a ver com falhas ou ausência de comunicação com o nosso país vizinho. Acho que o chefe da diplomacia tem de perceber que as questões ambientais têm de ser centro e parte integrante dessa diplomacia", explicou Marisa Matias.
Dos ambientalistas que se juntaram à campanha, a eurodeputada escutou mais críticas. Há quem esteja a pagar na justiça o preço da defesa do ambiente e, mais um vez, o Presidente não viu nem ouviu quem está a dar a cara por esta causa.
"Tentaram contactar o Presidente e não obtiveram nenhuma resposta nem a possibilidade de ter aqui com eles o senhor Presidente. Se chamamos a isso falta de afeto ou outra coisa... é uma ausência. Claramente há uma ausência do Presidente", afirmou a candidata às presidenciais.
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A tarde de campanha serviu para críticas e alertas. Marisa Matias, junto ao Tejo, defendeu o que considera ser um património público que anda à deriva.
"Estamos a falar de um rio que tem graves problemas de poluição e não tem fiscalização suficiente sequer para percebermos qual é a origem dessa poluição. Estamos a falar de um rio que tem problemas de caudais que foram descritos e esses problemas de caudais traduzem-se num ataque sistemático aos ecossistemas, não permitindo que o rio possa ter todas as suas condições", sublinhou Marisa Matias.
Aos 44 anos, Marisa Matias lembrou que foi por causa da defesa do meio ambiente que tudo começou, para ela, na política.
"Comecei a minha vida política precisamente envolvida em movimentos ambientalistas, a lutar pela defesa do ambiente, contra as alterações climáticas e ainda hoje acredito, como acreditava há mais de 20 anos, que estas são questões que têm de estar no centro da agenda política. Creio que hoje é evidente a forma entusiasta como os jovens trazem estas questões para o nosso espaço público e, para mim, é incompreensível que não haja, por parte das instituições, uma resposta e um diálogo permanente que nos ajude a colocar estas questões no centro da agenda política", acrescentou a candidata às eleições presidenciais.
Ao segundo dia de campanha oficial, Marisa Matias saiu de Lisboa. Em Abrantes hasteou a bandeira verde que, no seu entender, está esbatida e demasiado pequena na agenda do Governo.