Greve paralisa 80 a 90% dos comboios. Sindicato fala em adesão "muito significativa"

Comboios parados na Estação de Santa Apolónia durante a greve de trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP), em Lisboa, 2 de abril de 2018. Os sindicatos, a empresa e o Governo reuniram-se no sábado, mas não chegaram a acordo e a greve foi mantida sem que haja serviços mínimos para os comboios de passageiros, cuja circulação deverá ser afetada pela paralisação. MÁRIO CRUZ/LUSA
Mário Cruz/Lusa
A greve está a causar fortes constrangimentos no trânsito. As linhas mais afetadas são as de Sintra, Cascais, Travessia da Ponte 25 de Abril e Azambuja.
Cerca de 80 a 90% dos comboios foram suprimidos até às 8h00 desta quarta-feira devido à greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP), segundo fonte da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).
De acordo com José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), a adesão à greve por parte dos trabalhadores "é muito significativa".
"Basta olharmos para o exemplo que temos aqui [Santa Apolónia]. Os comboios estão todos suprimidos até cerca das 9h30. Se houve dois ou três comboios desde a meia-noite são a exceção. A adesão à greve é muito grande", afirmou o responsável.
Segundo a Fectrans, o documento entregue na terça-feira pelo Governo "não satisfaz" as reivindicações dos sindicatos.
"Queremos chegar a acordo e nesse contexto vamos ter uma reunião conjunta, dos 14 sindicatos, na próxima terça-feira para responder ao documento que recebemos ontem [terça-feira]", acrescentou.
"É um documento muito extenso, mas que estamos a analisar. Vamos reunir na terça-feira, mas um aumento de 54 cêntimos no subsídio de alimentação dos trabalhadores não é suficiente (...). Não podemos trabalhar em 2019 com ordenados de 2018", afirmou.
Segundo fonte da CP, que apresentou dados até às 6h00, dos 30 comboios urbanos de Lisboa previstos para hoje circularam 25 e dos 12 previstos nos urbanos do Porto circularam quatro.
A mesma fonte indicou que até àquela hora não circularam comboios nem no serviço Regional nem no Longo Curso.
Os sindicatos exigem que a administração da empresa e o Governo concretizem o acordo coletivo de trabalho e cheguem a acordo sobre um regulamento de carreiras.