Greve da Tratolixo com "adesão elevada". Trabalhadores admitem nova paralisação em breve

Os trabalhadores da empresa Tratolixo, responsável pelo tratamento de lixo em Sintra, Oeiras, Cascais e Mafra, admitem voltar a parar em breve.

Os trabalhadores, que cumprem este sábado o segundo dia de greve, exigem aumentos salariais em linha com a inflação e nunca inferiores a 100 euros. A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL).

Ouvido pela TSF, José Correia, presidente do STAL, diz que os apelos dos trabalhadores têm sido ignorados de forma constante.

"Nas duas reuniões de negociação, o conselho de administração nem sequer se fez representar, o que revela que a porta está absolutamente fechada para negociar esta atualização de salários. Não têm anunciado nenhuma valorização dos salários para 2023", afirma José Correia.

"A câmara de Cascais, Oeiras, Sintra e Mafra, durante este tempo todo, não tiveram tido uma palavra de apreço pelo trabalho desenvolvido durante a fase da pandemia. Perante este cenário de uma inflação brutal, estes trabalhadores não tem nenhum anúncio de atualização dos salários", sublinha.

Audio audio TSF\audio\2022\12\noticias\10\jose_correia_1_apelo_ignorado Ouça aqui as declarações de José Correia à TSF

Perante a postura do conselho de administração, os trabalhadores da Tratolixo admitem voltar à greve.

"Não é o momento de discutir o passo a seguir", diz, adiantando, ainda assim, que uma nova greve poderá "estar em cima da mesa". "Os trabalhadores estão hoje ainda em piquete à porta das instalações, apesar de estarem em greve. Estão unidos e a greve não é o primeiro passo da luta, mas neste caso vai ter que ser desenvolvida até que haja uma resposta à reivindicações dos trabalhadores", acrescenta.

Os trabalhadores da Tratolixo cumprem este sábado o segundo e último dia de greve. Na sexta-feira, a adesão teve uma "adesão elevada", rondando os 95 por cento. De acordo com José Correia, este sábado, os números serão semelhantes.