Começa assim mais uma ronda de paralisações distritais, que terminam a 12 de maio nas escolas de Lisboa.
Corpo do artigo
Os professores do distrito do Porto estão esta segunda-feira em greve, marcando o início de mais uma ronda de paralisações distritais que terminam a 12 de maio nas escolas de Lisboa, sem que haja serviços mínimos, tal como explica o líder da Fenprof, Mário Nogueira.
"É um modelo que se prolonga durante 18 dias úteis, embora incidindo em cada distrito num só dia. Distingue-se do anterior pelo facto de se iniciar às 11h e essa foi a forma que encontrámos para evitar que os serviços mínimos voltassem a ser impostos ilegalmente e interferissem no normal funcionamento da greve, como se viu no mês de março, com o Ministério da Educação e depois o colégio arbitral, ilegalmente, a criarem uma confusão nas escolas. Esta foi a forma de contornar os serviços mínimos para que os professores, sem qualquer tipo de constrangimento, a partir de hoje, possam fazer greve", explicou à TSF Mário Nogueira.
TSF\audio\2023\04\noticias\17\mario_nogueira_fugir_servicos_minimos
Os sindicatos voltam na quinta-feira ao Ministério da Educação e Mário Nogueira insiste que a recuperação do tempo de serviço congelado tem de estar no centro das negociações.
"Da parte do Ministério da Educação poderá ser uma reunião para marcar agenda, mas do ponto de vista dos professores não deverá ser isso. Precisamente por considerarmos que todos os momentos de negociação são momentos importantes de pressão sobre o Governo é que estaremos nessa reunião. Estaremos nessa reunião às 17h para dizer ao Ministério da Educação e ao Governo que não pode continuar a ignorar aquilo que é básico e elementar na vida profissional dos professores, como o tempo de serviço que trabalharam", acrescentou o líder da Fenprof.
A recuperação plena do tempo de serviço que esteve congelado e a eliminação das quotas e vagas de acesso ao 5.º e 7.º escalões continuam a ser os principais motivos que levam os docentes a mais um protesto.
A paralisação por distritos volta a ser o protesto escolhido pela plataforma de nove estruturas sindicais de professores, da qual faz parte a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e a Federação Nacional da Educação (FNE).
Ao contrário do que vinha acontecendo nos últimos meses, para esta greve distrital o ministério não solicitou serviços mínimos.
Após começar no Porto às 12h00 de hoje, a greve vai percorrer todos os distritos do país por ordem alfabética inversa, de Viseu até Aveiro, e termina em Lisboa.
Na semana passada, o secretário-geral Fenprof disse que as propostas da tutela para a correção de assimetrias decorrentes do congelamento do tempo de serviço deixariam de fora mais docentes do que as organizações sindicais previam.
Além da Fenprof e da FNE, fazem parte da plataforma a Associação Sindical de Professores Licenciados (APSL),a Pró-Ordem dos Professores (PRÓ-ORDEM), Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados (SEPLEU), Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação (SINAPE), Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (SINDEP), Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE) e Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (SPLIU).
Entretanto, a greve por tempo indeterminado convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) chegou ao fim, depois de mais de quatro meses de paralisação.
Mas o STOP já convocou uma nova greve nacional para os dias 24, 26, 27 e 28 de abril, contra o novo regime de concursos e para voltar a insistir na recuperação de todo o tempo de serviço.