Greve dos motoristas. CDS quer saber o que o Governo vai fazer para proteger agricultura
O CDS questionou sobre as medidas que o ministério está a adotar para adequar a rede de emergência de postos de abastecimentos para que "os agricultores tenham prioridade e possam colher e transportar" o resultado do seu trabalho e "assegurar o abastecimento às populações".
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O CDS-PP questionou esta segunda-feira o Ministério da Agricultura sobre as medidas que o Governo vai adotar para minorar os efeitos da greve dos combustíveis, em meados de agosto, no setor da produção agrícola.
O CDS pergunta sobre as medidas que o ministério está a adotar para adequar a rede de emergência de postos de abastecimentos para que "os agricultores tenham prioridade e possam colher e transportar" o resultado do seu trabalho e "assegurar o abastecimento às populações", numa pergunta ao Ministério da Agricultura, entregue no parlamento.
Os centristas querem ainda saber se o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural está "a trabalhar" com outros ministérios de forma a "garantir a salvaguarda do valor económico e financeiro do setor agrícola" e se dá garantias de que a greve "não comprometerá" as "exportações e "a viabilidade de todo o ano de trabalho".
O CDS está preocupado com os efeitos da greve dos motoristas de matérias perigosas no setor agrícola, corroborando a posição da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP), em que pede ao Executivo que adote medidas para a assegurar a normalidade operacional do setor agrícola.
A greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que começa a 12 de agosto, por tempo indeterminado, ameaça o abastecimento de combustíveis e de outras mercadorias.
O Governo terá que fixar os serviços mínimos para a greve, depois das propostas dos sindicatos e da ANTRAM terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.
O ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, considerou que "todos" devem estar preparados para os "transtornos" da greve dos motoristas de mercadorias, enquanto o responsável pela tutela das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, assegurou que o Governo está "a trabalhar" naquela questão e que os serviços mínimos "serão numa dimensão muito satisfatória".
A greve do SNMMP iniciada a 15 de abril levou à falta de combustíveis em vários postos de abastecimento em todo o país, tendo o Governo acabado por decretar uma requisição civil e convidar as partes a sentarem-se à mesa das negociações.
O SIMM já veio dizer que as consequências desta greve serão mais graves do que as sentidas em abril, já que, além dos combustíveis, vai afetar o abastecimento às grandes superfícies, à indústria e aos serviços, podendo "faltar alimentos e outros bens nos supermercados".