Greve na recolha de lixo com adesão entre 90 e 100% na Área Metropolitana de Lisboa
Zonas com Amadora, Seixal, Palmela e Loures contaram com uma adesão total e não tiveram recolha de lixo noturna.
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A greve da função pública começou, esta sexta-feira, com um forte impacto entre os trabalhadores da recolha do lixo e da higiene urbana da Área Metropolitana de Lisboa. Em declarações à TSF, José Correia, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, faz o balanço do início da greve da Função Pública.
O dirigente adianta que zonas como Amadora, Seixal, Palmela e Loures contaram com uma adesão de 100% e não tiveram recolha de lixo noturna.
"Uma adesão com fortíssimo impacto em relação à Câmara Municipal da Amadora, Évora, Seixal, Palmela, Moita, Loures. Nestas autarquias houve uma adesão de 100%, não tendo havido recolha. Não houve recolha ainda nas autarquias do Barreiro e Vila Franca de Xira. Almada foi seriamente afetada e o Barreiro também com serviços de recolha noturna encerrados. Portanto, de uma forma geral, uma adesão muito forte na recolha noturna", explica à TSF José Correia.
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José Correia avança ainda que serviço de água e saneamento e limpeza urbana diurna são serviços que vão ficar encerrados em vários pontos do país.
Num comunicado enviado à Lusa, o sindicato disse que também não se efetuou a recolha de lixo nos concelhos do Barreiro e Oeiras, "com adesão na ordem dos 90%".
"Já em Almada e Vila Franca de Xira a adesão foi igualmente muito significativa, tendo a recolha de resíduos e os serviços de higiene urbana ficado seriamente prejudicados", acrescentou o STAL.
O sindicato disse antever "uma elevada adesão na generalidade das autarquias, escolas e empresas municipais" ao longo do dia de hoje.
"Os dados conhecidos até ao momento refletem o profundo descontentamento e revolta dos trabalhadores da Administração Local e do setor das empresas", lamentou o STAL.
Sebastião Santana, da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, filiada na CGTP, tinha dito à Lusa que os efeitos da greve nacional estavam previstos já para a noite de quinta-feira e madrugada de hoje, sobretudo nos hospitais e na recolha do lixo.
O sindicalista antecipa "uma grande adesão e perturbações ou encerramento de vários serviços, como é o caso dos serviços de finanças, da segurança social e das lojas do cidadão".
A paralisação também afetará escolas uma vez que sindicatos dos professores e do pessoal não docente anunciaram a adesão ao protesto.
A Frente Comum convocou a greve nacional de hoje em protesto contra a proposta do Governo de aumentos salariais para 2024 que considerou miserabilista - um mínimo de 52 euros ou de 3% para os trabalhadores da administração pública.
Os sindicatos reivindicam um aumento em pelo menos 15%, com um mínimo de 150 euros por trabalhador, para fazer face ao "brutal aumento do custo de vida".