Greve na TAP? Presidente executiva diz que seria "um desastre" e sindicato fala em "ameaça"
Christine Ourmières-Widener diz que a "greve vai prejudicar o bom trabalho desenvolvido por todas as estruturas sindicais" e, em declarações à TSF, Ricardo Penarroias, do Sindicato do Pessoal de Voo da Aviação Civil, denuncia "um sentimento de revolta e estrangulamento" a "nível físico e psicológico" nos trabalhadores.
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A presidente executiva da TAP afirmou, esta quarta-feira, que uma greve, até ao final do ano, seria "um desastre" para o futuro da companhia aérea.
"Uma greve vai prejudicar o bom trabalho desenvolvido por todas as estruturas sindicais, trabalho que mostrou a atitude certa para recuperar o orgulho nesta organização, não só para os trabalhadores, que se esforçaram bastante, mas também para o país", disse Christine Ourmières-Widener, em declarações aos jornalistas durante a apresentação dos resultados da empresa no terceiro trimestre.
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Em declarações à TSF, Ricardo Penarroias, do Sindicato do Pessoal de Voo da Aviação Civil, diz se sentir ameaçado devido "mais uma pressão" que a empresa está a fazer em relação aos trabalhadores. "Gostava que a estrutura, quando apresenta os lucros que apresentou, também desse mais ênfase aquilo que estes lucros são baseados nos lucros dos trabalhadores", vincou.
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O sindicalista revela que "há um sentimento de revolta e estrangulamento" a "nível físico e psicológico" nos trabalhadores, porque "os cortes salariais já não fazem sentido" e "há uma disrupção da lógica, porque há um crescimento da companhia", mas "não se traduz nas melhorias de condições dos tripulantes de cabine".
A TAP registou no 3.º trimestre do ano um resultado líquido positivo de 111,3 milhões de euros, anunciou esta quarta-feira a companhia aérea à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
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Numa nota divulgada esta quarta-feira, a companhia aérea revela que registou entre julho e setembro "um recorde histórico de receitas operacionais", que ascenderam aos 1,1 mil milhões de euros, "excedendo os níveis pré-crise em 7,5%", o que lhe permitiu alcançar "um desempenho financeiro sem precedentes".
Este resultado, indica a nota, foi "impulsionado por fortes resultados operacionais e efeitos positivos da implementação da política de cobertura cambial", que também "reduziu o impacto cambial dos anteriores trimestres de 2022".
"Esta situação está relacionada com a atual estratégia de gestão do risco financeiro da TAP, que visa reduzir a volatilidade dos impactos das variações cambiais sobre a Demonstração de Resultados. Mesmo excluindo a mencionada melhoria na política de cobertura cambial, o resultado líquido permanece positivo em 31,8 milhões de euros", refere a companhia.
*Com Lusa