Gripe das aves em "fase muito crítica". Veterinários pedem reforço de meios ao Governo

A Ordem dos Médicos Veterinários pede que o Governo reforce os meios da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária. O apelo surge na sequência do foco de infeção de gripe das aves detetado no final da semana passada, no concelho de Sintra. As aves já foram abatidas e o local foi inspecionado e desinfetado, uma tarefa levada a cabo pela Direção de Veterinária.

Em declarações à TSF, Ricardo Lobo, da direção da Ordem dos Médicos Veterinários, sublinha que esta é uma "fase muito crítica" que exige outra atenção por parte do Governo.

"Ao contrário dos técnicos da saúde humana, nós temos à disposição esta ferramenta: poder eliminar os animais. Agora, isto também serve para que nós tenhamos em atenção que o abafar do problema ou a contenção do foco neste momento é uma tarefa importantíssima", explica à TSF Ricardo Lobo, lamentando que a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária "esteja totalmente depauperada de recursos humanos".

"Os poucos que existem têm muito pouca motivação e são mal dirigidos. É necessário também que as entidades e a tutela comecem a olhar para a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária com a importância que ela merece", atira, reafirmando que, para já, não há indicação de que a gripe das aves seja transmitida entre humanos.

Ricardo Lobo garante ainda que não há risco no consumo dos alimentos: "O vírus não se transmite através da comida dos animais. Transmite-se efetivamente de animais vivos para outros animais e, por vezes, para pessoas que contactem com eles. No momento, isto é visto como um caso de saúde animal que provoca prejuízos imensos nas explorações e como um potencial risco de saúde pública, caso algum destes vírus se adapte aos mamíferos ou ao humano e acabe por se transmitir de humano para humano. Não é de todo um vírus que se possa transmitir através de produtos de origem animal, nomeadamente produtos alimentares."