A Assembleia Municipal da Guarda decidiu hoje pedir uma audiência ao ministro da Saúde, Paulo Macedo, para abordar o processo de construção do novo hospital, que tem os trabalhos suspensos desde 9 de abril.
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A moção, apresentada pela deputada socialista Adelaide Campos, médica no Hospital Sousa Martins (HSM) que pertenceu à anterior administração da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, foi aprovada por maioria, com duas abstenções.
A Assembleia Municipal da Guarda, presidida pelo socialista João de Almeida Santos, deliberou solicitar a audiência ao ministro Paulo Macedo «para esclarecimento e clarificação do processo decorrente da construção do novo hospital da Guarda».
Adelaide Campos justificou a proposta com o objetivo de ser resolvido «em definitivo» o «grave problema da cidade» relacionado com a paragem das obras de construção do novo pavilhão do HSM e a construção da segunda fase do projeto do hospital.
A deputada lembrou que a construção do novo edifício da unidade de saúde representa «uma luta de 30 anos» dos profissionais e dos cidadãos da Guarda.
«Não posso conformar-me em trabalhar num local no qual os doentes não têm privacidade nem condições para ser tratados com dignidade e, mesmo ao lado, está um hospital pronto a abrir», afirmou.
Na sua intervenção, Adelaide Campos também questionou sobre se o ministro da Saúde «tem consciência do desperdício e do crime económico, social e sanitário que constitui o facto de ter uma obra praticamente acabada e que começa a degradar-se por estar vazia e votada ao abandono».
Os trabalhos de construção do novo pavilhão do HSM, iniciados em maio de 2009, estão suspensos desde 9 de abril, devido a uma alegada dívida de oito milhões de euros ao consórcio ACE Construtor.
As obras do novo bloco hospitalar também estiveram paradas em dezembro de 2011 por causa de uma dívida de 12 milhões de euros, tendo recomeçado em janeiro deste ano na sequência do pagamento de metade do valor.
O novo edifício hospitalar, que corresponde à primeira fase do projeto de ampliação e requalificação do HSM, tem quatro pisos e vai acolher serviços que atualmente estão dispersos por dois antigos blocos, um centenário e outro construído na década de 1990.