A crise, a austeridade, os apertos da administração têm consequências várias. Em algumas cadeias, por exemplo, os guardas prisionais já não chegam para dar conta do recado.
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O sistema prisional está próximo do colapso. O diagnóstico é do presidente do Sindicato dos Guardas Prisionais.
Jorge Alves afirma que na maior parte dos estabelecimentos há torres sem vigilância por escassez de guardas e serviços encerrados por falta de pessoal.
Em Lisboa, a maior prisão do país com 1300 reclusos, há graves problemas de segurança.
«A instalação prisional de Lisboa tem um guarda para aproximadamente 300 reclusos. Isto vai contra o que a ministra anunciou, na Assembleia, em média diariamente está um guarda para 100 reclusos em cada estabelecimento prisional», revelou Jorge Alves.
Jorge Alves afirma que muitos guardas estão a desempenhar funções que não são as suas e deu o exemplo da região da Guarda.
«Tem uma guarda que funciona como telefonista e outra guarda que trabalha na contabilidade, isto só num estabelecimento prisional. Mas há mais situações, como guardas a preencherem o lugar de juristas e são eles que elaboram os processos e propõem ao director do estabelecimento a medida disciplinar», contestou.
A maior parte dos serviços está a funcionar no limite e até ao final do ano está prevista a aposentação de 107 guardas.