O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional contesta a posição da direção geral de estabelecimentos prisionais, que está a proibir o uso de material de proteção. Há falta de material e de um plano de horários para fazer face a uma situação de pandemia, diz o sindicato.
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O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional revela que os diretores das cadeias estão a proibir o uso de máscaras dentro dos estabelecimentos. O sindicalista Jorge Alves sublinha que os guardas querem usar máscaras próprias, apesar da falta de material e de terem sido proibidos.
"É estranho, mas a verdade é que os diretores andam a dizer ao pessoal da guarda prisional, que se quer com máscaras próprias, principalmente porque têm um risco acrescido por outros problemas de saúde, que, até ordem do diretor geral em contrário, os guardas prisionais não podem usar máscara na zona prisional." Esta advertência deve-se, de acordo com o sindicalista Jorge Alves, ao "receio de alarmar os reclusos".
O representante do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional não tem dúvidas quanto ao procedimento desejável: "Nós deveríamos usar a máscara para proteger os reclusos, porque somos um potencial transmissor do vírus para dentro do estabelecimento prisional."
Jorge Alves considera, por isso, estranha a ordem dos diretores das prisões, e garante que os guardas prisionais ainda estão à espera de material de proteção. "Nas última semana, foi-nos dito pelo secretário de Estado que estava para chegar equipamento, mas até agora ainda não vimos qualquer reforço do equipamento nos estabelecimentos", aponta.
"No caso de uma situação mais extrema, não há máscaras para o pessoal todo. Se calhar, nem para uma equipa completa de um dia de serviço."
O sindicalista acusa a direção geral dos serviços prisionais de não ter pensado um plano de horários para fazer face a uma situação de pandemia. "Não há uma segunda linha de guardas prisionais para garantir a segurança e a tranquilidade das pessoas, a sua alimentação e medicação", assinala Jorge Alves, que acusa a direção geral de não pensar "pelo todo dos estabelecimentos prisionais e de resolver os problemas "a conta-gotas".
"Um terço das equipas de turno fica em casa dois dias, de três em três semanas", diz ainda, sem dúvidas de que este plano não supre a falta de recursos humanos.