Guardas prisionais lançam repto ao Governo: "É altura de resolver e não de tentar"
O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional é recebido esta manhã pela ministra da Justiça para denunciar os problemas da classe e pedir uma revisão da carreira.
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As queixas não são novas e têm sido repetidas nos últimos anos. Há muito que o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional pede uma revisão urgente da carreira. A diferença agora está na abertura ao diálogo quea estrutura sindical diz ver no novo Governo. "Ao menos agora chamaram-nos para uma reunião. Não foi como a anterior ministra que nunca se reuniu connosco", atira Frederico Morais, dirigente do sindicato.
As queixas vão ser transmitidas de viva voz à ministra da Justiça, Rita Júdice, num encontro que está marcado para o final da manhã de hoje. "Nós somos a carreira das forças de segurança mais abandonada. Tenho 22 anos de serviço e estou no nível 11 da carreira. Um colega da Polícia de Segurança Pública com o mesmo tempo de serviço está no nível 18. Já fomos abandonados tempo demais. É altura de resolver e não de tentar. A desilusão é enorme no corpo da guarda prisional", resume Frederico Morais.
O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional exige também mudanças na forma como estes profissionais são avaliados, um tema que ficou em suspenso com a governação socialista. "O sistema de avaliação ficou praticamente na gaveta, tudo assinado. Só faltou sair a portaria. A antiga ministra não fez sair a portaria", explica.
O sindicato lembra também que a reformulação das carreias tem de começar na base, até porque "não conseguimos ter candidatos para o corpo da guarda prisional". De acordo com as contas da estrutura, há neste momento 3.885 guardas prisionais, mas são necessários mais 1.500 para dar resposta às necessidades do país. Na lista de reinvindicações que vão apresentadas esta manhã há ainda um terceiro ponto: a defesa da criação de uma "lei orgânica", que permita "dar a verdadeira importância à guarda prisional como órgão de polícia criminal institucional".
Os guardas prisionais chegaram a marcar uma greve para o dia 29 de abril, mas a paralisação foi desconvocada depois do sindicato ser chamado para o encontro desta manhã com a ministra da Justiça. A classe reinvindica ainda a atribuição de suplemento de missão, à semelhança do que é pago aos profissionais da Polícia Judiciária.
