O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) voltou hoje a reivindicar novas regras para reforçar o controlo das visitas nos estabelecimentos prisionais e impedir que os reclusos tenham acesso a telemóveis.
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O Jornal de Notícias noticia hoje que «dezenas de reclusos tiram fotos no interior das cadeias, usando telemóveis, que exibem nas redes sociais» e que os aparelhos «são vendidos entre 200 e 300 euros», apesar de proibidos nos estabelecimentos prisionais.
Em declarações à TSF, o presidente do SNCGP, Jorge Alves, sublinha que esta é uma reivindicação antiga do sindicato. «Desde o princípio que temos emitido a nossa preocupação em relação a isto, à necessidade de se acautelar este tipo de situação e criar regras mais apertadas e mais rígidas para que os telemóveis acabem nas cadeias», afirmou.
Jorge Alves defende que «compete principalmente à tutela combater e da parte do sindicato já solicitámos e apelámos ao diretor-geral [Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais] para que criasse regras específicas».
O sindicalista sublinha que esta é uma situação «generalizada» e que «um dos poucos estabelecimentos prisionais que pode não ter telemóveis no interior é a cadeia de alta segurança. De resto, temos conhecimento de que têm sido apanhados telemóveis».
Jorge Alves diz que o problema está no controlo das visitas e que têm sido detetados telemóveis no calçado, nos tacões de botas de senhora e até dentro de televisões plasmas e consolas de videojogos destinados a prisioneiros.
Jorge Alves atribui estes casos há falta de pessoal e alerta para a necessidade de formação dos guardas prisionais. Outra das medidas que contribuiu para a proliferação de telemóveis foi a introdução do novo sistema de cabina, que permite cinco minutos diários aos reclusos.
No Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) foram apreendidos em 2013 1.222 telemóveis na posse de reclusos, mais 11 do que no ano anterior.