"Guerra injusta que não tem explicação." Refugiados chegaram este sábado a Alcochete
Foram 65 os refugiados, na maioria mulheres e crianças, que chegaram a Portugal.
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Um autocarro com 65 refugiados ucranianos chegou este sábado a Portugal, mais precisamente a Alcochete. No quartel dos bombeiros tinham à espera sopa, pratos quentes e até um bolo decorado com as cores da Ucrânia. Depois foram encaminhados para famílias de acolhimento, onde passarão os próximos dias.
A iniciativa surgiu da parte de uma ucraniana a viver no concelho de Setúbal, Tatiana Antoniu, e gerida pelas entidades competentes.
"A minha ideia era agarrar numa carrinha ou duas, carregar com coisas, medicamentos, e levar para lá", explica a ucraniana que tem um filho a viver na Ucrânia.
"Falo [com o filho] quando posso falar. Às vezes ele faz patrulha, não pode, mas quando não está, falo com ele. Estou contente porque posso falar com ele há muitas mães que já não podem, porque já os perderam nesta guerra injusta que não tem explicação", desabafa.
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Um dos voluntários da viagem foi Pedro Rocha, enfermeiro de 23 anos, que trocou os turnos do trabalho no hospital pelos bancos de um autocarro.
"Foram cinco dias e quatro noites. Quatro noites em que dormimos duas horas e em condições que não é numa cama. É sentados no banco ou atravessados nos bancos do autocarro. Mas valeu a pena", explica.
"Fui porque tenho 23 anos, sou novo, e não me custa fazer uma viagem destas. Se calhar, as pessoas da minha idade também poderiam fazer o mesmo. Talvez não andassem no Instagram ou nesses sítios com palavras a dizer 'condeno isto' ou 'condeno aquilo'. Estas pessoas precisam mais que se aja do que de falinhas mansas.
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Houve mais três motoristas que viajaram com Pedro. Um deles, Ricardo Filipe, descreve as condições com que estes refugiados fugiram: "A única roupa que tinham era a que estava vestida. Sem malas, sem bagagem. A deixar tudo para trás. Foi doloroso."
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