A Comissão de inquérito concluiu que o ministro do Interior «exigiu» o embarque dos 74 sírios com passaportes falsos para Portugal. E que não houve coação sobre o chefe de escala.
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De acordo com o relatório da Comissão de Inquérito, divulgado hoje, «houve de facto uma intervenção direta» do ministro guineense António Suca Intchama, que alegou «motivos de segurança interna» para exigir o embarque dos sírios.
A agência Lusa informou que Suca Ntchama estava ao início da tarde a ser ouvido no Ministério Público em Bissau sobre as suas eventuais responsabilidades no incidente com o avião da TAP, disse à Lusa fonte judicial.
O documento refere ainda que «não houve coação nem física nem armada em relação à tripulação da TAP, nem ao chefe de escala» da companhia aérea em Bissau em relação ao voo de dia 10 de dezembro.
O relatório concluiu também que a ordem do embarque dos 74 sírios foi dada pelo diretor-geral de escalas das delegações da TAP em África, a partir de Lisboa.
O ministro do Interior da Guiné-Bissau, Suka N'Tchama, colocou o lugar à disposição do presidente de transição, no dia 17, na sequência do incidente com o voo da TAP entre Bissau e Lisboa de 10 de dezembro.
Saido Baldé, que presidiu a uma comissão de inquérito de três pessoas, afirmou, em conferência de imprensa, que os elementos apurados nas averiguações «consubstanciam indícios criminais» que devem ser apurados.
O ministro disse que por força do segredo de justiça «a comissão é forçada» a não revelar o teor integral do inquérito, pelo que estava apenas a adiantar as conclusões preliminares das averiguações.