A Segurança Social está preocupada com menores que têm problemas de saúde, falhas de comportamento ou deficiências. E alerta ainda que a demora dos processos de adoção pode colocar em causa o seu sucesso: o tempo passa e as famílias preferem crianças mais pequenas.
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Há 125 crianças para adoção que vão ter muito mais dificuldades em ser acolhidas por uma família. O alerta está no último relatório de Caracterização Anual da Situação das Crianças e Jovens em instituições do Estado.
O documento explica que quem pretende adotar procura quase sempre crianças pequenas, sem problemas de saúde, deficiências ou falhas de comportamento. E existe uma «discrepância entre as pretensões dos candidatos e as características reais» de 125 dos 529 menores «que reúnem condições para serem adotados». Ou seja, estamos perante crianças e adolescentes com problemas de saúde, falhas de comportamento ou deficiências.
O documento alerta ainda que 70% das crianças e jovens com medidas de adotabilidade, definidas por um tribunal, estão numa instituição de acolhimento há 4 ou mais anos. Uma situação que levanta preocupações aos técnicos da Segurança Social.
Os especialistas sublinham que a demora dos «circuitos e procedimentos técnicos ou legais» pode colocar em causa o sucesso da adoção. A razão é simples: o tempo passa e «as famílias candidatas preferem crianças mais pequenas, sobretudo bebés, numa tentativa de reproduzirem a parentalidade biológica».
Apesar deste aviso, o relatório também apresenta casos tendencialmente difíceis mas que acabaram bem. Por exemplo, das 347 crianças adotadas em 2014, 35 tinham características diferentes daquelas que as famílias normalmente procuram. Nove tinham aliás uma deficiência mental e cinco uma doença física.