"Há 20 anos que não tinham tanta água." Chuva permite recuperar níveis nas barragens do Algarve
As barragens do Algarve têm mais 128 hectómetros cúbicos (hm3) em relação ao ano passado, água que dará para mais de um ano
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O impacto das chuvas já é visível nas barragens do Algarve, com destaque para as que se situam no sotavento da região, revela a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
"No ano passado, por esta altura, a média das seis barragens do Algarve era de 35%, hoje temos 64%, quase o dobro", adianta o presidente da APA, José Pimenta Machado, destacando a situação das barragens de Odeleite (89%) e do Beliche (81%), que "não tinham tanta água há 20 anos".
No Barlavento também houve uma recuperação, embora não tão significativa: "A barragem da Bravura, antes destas chuvas estava a 15%, hoje está a 36% [ da sua capacidade total]." José Pimenta Machado refere ainda que a albufeira de Odelouca, a maior desta zona, também aumentou para 52% e o Funcho para 61%. Nesta altura, a barragem com menos água é a do Arade, com 18%.
Temos muito mais água do que no ano passado, mais 128 hectómetros cúbicos, que é água mais do que suficiente para mais de um ano. As ribeiras continuam a correr, está prevista mais chuva e quero acreditar que estes números ainda vão melhorar.
Na próxima sexta-feira, reúne-se, em Faro, a comissão de avaliação da seca e nessa altura poderá ser anunciado um alívio nos cortes ao abastecimento de água na região, determinados em Conselho de Ministros.
Noutras barragens do país a situação é igualmente satisfatória, estando já dez albufeiras com 100% da sua capacidade.
"A barragem do Alqueva, aquela mãe de água para toda a região do Alentejo, está com 91%, o que é impressionante, bem como a barragem de Castelo de Bode (91%), tão importante para a região de Lisboa", acrescenta Pimenta Machado.
O presidente da APA recorda que dezembro foi o mês mais seco de sempre e que as chuvas de janeiro e fevereiro “foram muito importantes” para recuperar os níveis nas albufeiras do país.