O Festival do Contrabando começa esta sexta-feira, com a recriação da década de 30-40 do século passado, quando o contrabando fazia parte do dia-a-dia das vilas raianas.
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Já não se veem homens a passar pela calada da noite o rio Guadiana para o lado espanhol. Esses são tempos que fazem parte da história das vilas raianas. Mas é essa época e essas pessoas aventureiras que o Festival do Contrabando de Alcoutim pretende homenagear.
"Na década que nós recriamos, compravam os produtos aos almocreves no interior do Algarve, ou o café, que vinha de Campo Maior, e passavam para o lado de lá. Andavam grandes distâncias com sacas com um peso médio de 40 a 45 quilos", lembra Júlio Cardoso, técnico de Turismo da Câmara Municipal de Alcoutim, a entidade que organiza o Festival do Contrabando.
Alguns contrabandistas que atravessavam o rio nem sabiam nadar. "Era a forma de trazerem pão para a mesa dos filhos", afirma Osvaldo Gonçalves, o presidente da câmara de Alcoutim, acrescentando que esta era a maneira que a população empobrecida tinha para ganhar a vida.
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Desta vez, em vez de café, trafica-se arte entre os dois lados da fronteira. De um e de outro lado, em Alcoutim e em Sanlúcar del Guadiana, a partir desta sexta-feira e durante todo o fim de semana, vai haver muita animação: gente vestida à época, o reavivar de ofícios já desaparecidos e grupos de teatro a recriar esses tempos.
A ponte flutuante que une as duas localidades separadas pelo rio é a grande atração do Festival do Contrabando e deverá ser atravessada por milhares de pessoas.