Os protestos dos professores subiram a debate no Princípio da Incerteza. Alexandra Leitão revela ter "dúvidas quanto à legalidade da greve". Já Pacheco Pereira fala "nos prejuízos", que fazem parte do "elemento negocial e da pressão política". Lobo Xavier diz que "os danos nas crianças" devido à greve faz-lhe "bastante impressão".
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A deputada socialista Alexandra Leitão foi, durante vários anos, secretária de Estado na equipa do Ministério da Educação, liderada por Tiago Brandão Rodrigues. No programa da TSF e da CNN Portugal, a comentadora defendeu que vincular professores é a unica alternativa.
"Uma das coisas que tem que haver é uma vinculação de professores, porque há falta de professores. Aquela questão de terem que saltar e andarem com a casa às costas, tanto quanto foi sabido e já foi dito publicamente, quer pelo ministro, quer pelo primeiro-ministro, isso é algo que se pretende fazer", afirmou, esperando que haja uma proposta nesse sentido ainda esta semana.
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Alexandra Leitão revelou ainda ter dúvidas quanto à legalidade dos protestos das últimas semanas.
"Eu tenho algumas dúvidas quanto à legalidade da greve nos termos do pré-aviso e nos termos em que está a ser utilizada em algumas situações. São chamadas de greves de maior prejuízo, que violam uma certa ideia de previsibilidade que o pré-aviso de greve tem que dar, para permitir a quem organiza o serviço, organizá-lo em função dessa previsibilidade", considerou.
Já para Pacheco Pereira, tem-se assitido às consequências naturais de uma paralisação.
"As greves causam prejuízos, neste caso, prejuízos nos alunos e nas famílias, e isso faz parte do elemento negocial e da pressão política que as greve têm", referiu.
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O centrista António Lobo Xavier não acompanha o modelo destas greves que, sublinha, "prejudicam os alunos". "Os danos nas crianças faz-me bastante impressão. Eu não consigo acompanhar esta greve, nem este protesto organizado."
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Arranca esta segunda-feira uma greve de professores que se vai prolongar durante 18 dias, greve essa que se realiza por distritos, começando em Lisboa, onde está marcada uma concentração na Praça do Rossio.
A greve por distritos realiza-se ao mesmo tempo em que decorrem outras duas paralisações: uma greve por tempo indeterminado, convocada pelo STOP, que se iniciou em 09 de dezembro e vai manter-se, pelo menos, até ao final do mês, e uma greve parcial ao primeiro tempo de aulas convocada pelo SIPE, deverá prolongar-se até fevereiro.
Os professores contestam algumas das propostas apresentadas pelo Ministério da Educação no âmbito da negociação da revisão do regime de mobilidade e recrutamento de pessoal docente, mas reivindicam também soluções para problemas mais antigos, relacionados com a carreira docente, condições de trabalho e salariais.