São cada vez mais as queixas feitas contra advogados junto da Ordem. Os três maiores conselhos regionais, em Lisboa, Porto e Coimbra, têm quase cinco mil processos pendentes.
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Só no distrito de Lisboa são feitas, em média, oito participações por dia. O presidente do Conselho Distrital de Deontologia de Lisboa, Rui Santos, conta que 2013 teve um novo aumento de participações contra os advogados.
Atualmente, existem três mil processos pendentes. Várias queixas não têm sentido, sublinha: «a circunstância de haver participações não quer dizer que os advogados visados tenham cometido qualquer tipo de infração».
Mas são muitas que seguem para processo. As razões são as mais variadas: «falta de julgamento; queixas porque entendem que há excesso de linguagem nas peças que os advogados fazem; clientes particulares que perdem os processos e depois culpam os advogados; quando os advogados apresentam nota de honorário; e depois há casos residuais relacionados com dinheiro».
Na distrital do Porto a situação é semelhante. No final do ano, existiam perto de 1300 processos pendentes contra advogados.
O presidente, António Ferreira de Cima, explica que as queixas não param de aumentar e que a crise deu uma ajuda. «A própria austeridade e a situação de vida económica do país e das pessoas também levou ao aumento do número de queixas porque as pessoas agarram-se a tudo e mais alguma coisa», afirma.
O responsável explica que os advogados têm um seguro profissional e para muitos clientes este parece ser um último recurso quando perdem um caso.
Ao contrário de Lisboa e do Porto, em Coimbra as queixas contra advogados estabilizaram. A distrital recebeu perto de 500 no ultimo ano. Outras tantas continuam com o processo pendente.