"Há quem pague para trabalhar." Funcionários dos museus e monumentos querem maior valorização da carreira
Os profissionais exigem um pagamento maior pelo trabalho aos fins de semana e feriados e que se respeitem os horários laborais
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Os trabalhadores dos museus e dos monumentos nacionais estiveram em protesto, esta segunda-feira, junto à sede do Governo, em Lisboa. Queixam-se das horas extraordinárias que fazem e do pouco que recebem por trabalhar aos fins de semana e feriados, e exigem, por isso, uma maior valorização da carreira, nomeadamente para os vigilantes e rececionistas.
O protesto foi convocado pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), liderado por Orlando Almeida. Ouvido pela TSF, o responsável pela sindical lembra que, "na administração pública, há uma limitação 150 horas extraordinárias por mês", mas garante que, muitas vezes, os turnos acabam por ultrapassar este limite. Sobre o trabalho aos fins de semana e feriados, o líder sindical lamenta que se pague apenas um extra de 15 euros aos trabalhadores nestes dias e lembra que "muitos se deslocam em veículos próprios", pelo que "quase que pagam para ir trabalhar".
O protesto contou com cerca de meia centena de trabalhadores do setor dos museus e dos monumentos nacionais, que se concentraram às 12h00 na entrada principal do edifício-sede do Governo, o Campus XII. Uma delas foi Leonilde Martins, que trabalha no Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães, e fez toda a viagem até Lisboa, desde a cidade-berço, para expressar o seu descontentamento. "É injusto haver trabalhadores na mesma categoria que nós a trabalhar de segunda a sexta, e nós termos que trabalhar feriados e fins de semana, sem qualquer tipo de valorização", lamenta. À TSF, Leonilde descreve uma desmotivação geral na equipa em que trabalha, a quem é exigido um enorme "esforço psicológico" por trabalharem em dias de descanso, sem receber mais por isso.
Este foi o último protesto dos trabalhadores dos museus e monumentos nacionais até ao final do ano. Do lado do Governo, fica a promessa da Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, de que vão ser apresentadas novas medidas para este setor, durante o mês de janeiro. O FNSTFPS já entregou as reivindicações ao gabinete da ministra e adianta apenas que vai aguardar por ouvir o que o Governo tem para dizer.
