"Há ratos, baratas e o ar é irrespirável." Conservatória de Lisboa vive "situação limite"
Os trabalhadores da Conservatória dos Registos Centrais em Lisboa já alertaram os responsáveis e chamaram mesmo uma unidade de Saúde Pública ao local.
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Os trabalhadores dos Registos e do Notariado alertam para a "situação limite" que se vive na Conservatória dos Registos Centrais em Lisboa. De acordo com o comunicado do STRN (Sindicato dos Trabalhadores dos Registo e do Notariado), estão em causa "condições deploráveis de segurança e higiene das instalações que colocam em risco a saúde de funcionários e de utentes".
Os funcionários do local estão impedidos de ter uma livre circulação pelos problemas com que se deparam todos os dias, desde "ventilação e climatização deficientes, ausência de limpeza, falta de saídas de emergências e de rampas de acesso para pessoas com mobilidade reduzida, bem como arquivos espalhados por todo o lado".
As "instalações elétricas descarnadas" são um risco de acidente, assim como os "níveis de ruído constantes e elevadores sem segurança".
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Os trabalhadores revelam ainda que na cave "o cenário é de terceiro mundo: ar irrespirável, resultado das poeiras acumuladas em processos com mais de 40 anos, livros com mais de 100 anos, cobertos de pós e bolores (aglomerados constituídos por fungos, mofo, poeiras, ácaros, etc...), humidade, baratas, ratos e infiltrações de esgotos".
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O sindicato garante que a situação é "há muito do conhecimento da tutela", porém, "face à indiferença dos responsáveis, a pedido dos trabalhadores, uma unidade de Saúde Pública deslocou-se ontem ao local, aguardando-se com expectativa o respetivo relatório".
Depois de uma reunião em plenário, os trabalhadores atribuíram o estado das instalações ao " inexplicável desinvestimento nas instalações, quando o IRN,IP fatura 600 milhões de euros por ano", à "indiferença" dos responsáveis e à "desresponsabilização de quem tem a obrigação de garantir as condições de segurança e higiene no trabalho".